Em 1972, o Director do DGMT, o então TCor Engº de Tm António Avelino Pereira Pinto, elaborou as bases doutrinárias do sistema logístico de transmissões de campanha.
Este foi um documento essencial para a implementação da nova estrutura logística, a qual veio a ser levada a cabo mais tarde em 1976/77, quando o Director da Arma de Transmissões, General Pereira Pinto, na suas “Reflexões sobre a Problemática da Arma de Transmissões”, propôs ao EME a remodelação da Arma de Transmissões.
Com a aprovação desta estrutura, materializou-se o conceito, inovador, que permitiu reunir no Órgão de Apoio Geral, o Depósito de Material de Transmissões (DGMT), as actividades Reabastecimento, Manutenção e Engenharia, e criar Órgãos de Apoio Directo, com capacidade de reabastecimento, manutenção e assistência técnica às unidades.
Em 1978, uma equipa de Oficiais Engenheiros da Arma de Transmissões aproveitando o entusiasmo de uma equipa de engenheiros jovens pertencentes a uma empresa também jovem, a Centrel, lançou-se na aventura de realização em Portugal do desenvolvimento de um E/R de VHF, com base no “know how” nacional.
Começou assim a experiência do fabrico Nacional de material de transmissões, e nasceu o primeiro empreendimento com sucesso que deu origem ao então designado P/PRC-425, que veio a ser largamente distribuído e utilizado pelo nosso Exército. Logo a seguir, concebeu-se e produziu-se a restante família de acessórios e equipamentos associados a este E/R.
Como resultado desta experiência, comprovou-se ser possível criar e desenvolver equipamentos de comunicações em Portugal.
Produziram-se assim equipamentos a partir de especificações definidas pelos técnicos militares de acordo com os requisitos indicados pelos operacionais. Este método de actuação teve continuação, tentando-se sempre que possível tecnicamente, e economicamente viável, adquirir material fabricado pela nossa indústria.
Este processo de aquisição é mais demorado, complexo e tecnicamente mais exigente do que a fácil aquisição de material no estrangeiro, mas em contrapartida, garante uma maior autonomia logística do Exército, contribui para o seu desenvolvimento tecnológico e para o da Indústria Nacional e, em muitos casos, para uma redução significativa do esforço financeiro da Nação com o reequipamento.
Haverá, a todos os níveis, uma formação fácil e mais económica do pessoal que vai lidar com o equipamento, desde o instrutor e utilizador até ao técnico de manutenção, na medida em que se tem um apoio rápido e constante dos engenheiros da fábrica, sem ter que se despender avultadas verbas para custear a vinda de técnicos estrangeiros.
Desta forma conseguiu-se reequipar o Exército com grande parte dos meios de comunicações necessários e sem grandes dependências externas, o que permite mantê-los com maior facilidade, menores custos e com o decorrer do tempo, obtém-se uma melhor relação custo/eficácia do equipamento.
Este modelo fez uso de um maior recurso das novas tecnologias, que levaram conjuntamente com os parceiros da indústria à criação de sistemas de apoio à investigação e desenvolvimento, através de programas integrados na estratégia geral de I&D em Portugal e que incluiramm o financiamento de projectos de interesse para a Defesa Nacional.
Por outro lado, as nações membros da NATO, através do Programa PG-6, tiveram como objectivo prioritário delinear e implementar nos primeiros anos do período pós-2000, um sistema de comunicações interoperativo comum, de acordo com uma estratégia de transição, que implicava novas aquisições de equipamentos mais modernos alguns ainda não especificados na altura. Portugal foi uma das nações que teve uma participação activa neste programa, através de representantes seus, englobando sempre essa representação Oficiais do DGMT.
Pelo Despacho Nº 324/94, o Gen. CEME aprovou as Normas de Procedimento Relativas às Actividades de Investigação e Desenvolvimento do Exército, onde foram definidos os objectivos do programa de actividades no âmbito da I&D do Exército, bem como os procedimentos técnicos, de planeamento, administrativos e financeiros. Neste mesmo Despacho foi criado um núcleo de I&D no DGMT.
Assim, desde o arranque em 1978, no início do desenvolvimento do primeiro equipamento rádio militar (P/PRC-425), não mais se parou, tendo sido assim possível iniciar a modernização dos meios de comunicações tácticos, graças à clarividência de alguns dos Oficiais que perseverantemente lutaram para tornar possível o desenvolvimento de projectos arrojados, através da Indústria Nacional. Daí para cá, já se produziram, para além de outros tipos de material, os vários equipamentos seguidamente enumerados:
(a) E/R P/PRC-425
(b) CABINAS DE COMUNICAÇÕES: T-101 Centro de Telecomunicações; T-102 Central Telefónica; T-103 RATT; T-104 Repartidor; T-105 Terminal de Feixes Hertzianos; T-106 Repetidor de Feixes Hertzianos; T-201 Planeamento e Controlo; T-202 Oficina de Electrónica
(c) P/BLC-101
(d) BR-460 e CR-480
(e) P/VIC-101
(f) P/CB-425
(g) E/R P/VRC-301
(h) E/R P/PRC-501
(i) P/CB-501
(j) P/TTC-101 Tágide
(k) P/IC-425
(l) P/UYC-601 Terminal Táctico de Comunicações
(m) P/BLC-101 A
(n) P/PRC – 525 Rádio de Combate VHF com Salto de Frequência
Texto baseado no Anuário do DGMT de 1997
1º Cabo transmissões CIAAC . Os equipamentos que usei, desde tr 28 tr15 15a3 prc e iret, AVP1 etc. pude operar em hf pois tinha muito espaço para antenas e testes em 40 e 80 metros. Muitos manuais e muito bem traduzidos, pelo que facilitou em muito a formação de muitos instruendos. Muitos parabéns!!!