O Regimento de Telegrafistas em 1935

Imagem ‘clean’ da Rua de Sapadores e do então Regimento de Telegrafistas no final do inverno de 1934/5, quando as árvores ainda não tinham folhas, apenas uma tinha ramos e apenas um automóvel por ali circulava. De notar, a beleza austera e a harmonia do edifício, o poste telefónico na placa central, as antenas nos torreões, o portão encerrado, o espaço amplo e liberto do actual jardim do Regimento de Transmissões e as fardas de cotim dos dois militares.

Porta d’Armas e Edifício do Comando, já nos anos sessenta, quando era o quartel do BT – Batalhão de Telegrafistas (desde 1937)

9 comentários em “In illo tempore

  1. Esta fotografia representa em 1935 o Regimento de Telegrafistas.
    Este Regimento é muito pouco conhecido embora talvez tenha sido a unidade de Transmissões de maior dimensão de sempre. Tudo o que dizia respeito a Transmissões dependia deste Regimento: as Transmissões Permanentes, as Transmissões de Campanha, a Escola de Ligação e Transmissões do Exército e a direção do Serviço Telegráfico. Ocupava os quarteis dos 4 Caminhos, da Ajuda, da Penha de França e de S. Braz, este no Porto.

    Fonte: Cor Bastos Moreira, Notas, vol I, pág 10

    1. Em 1965, o Regimento de Engenharia Nº 2, localizado na Arca d’Água, passou a ser o Regimento de Transmissões, antes mesmo da criação formal da Arma de Tm (em Ago de 1970).
      O Regimento de Transmissões passou a designar-se ESCOLA PRÁTICA DE TRANSMISSÕES em Fev de 1977, por troca com a Unidade de Lisboa acima representada, situada na Rua de Sapadores (que passou de EPTm a RTm na mesma data). Em Maio de 1993 foi transferido do Aquartelamento do Bom Pastor para o Aquartelamento do Viso, junto à Estrada da Circunvalação, onde se mantém.

      1. Boa noite! Muito obrigada pelas informações que partilhou. Conheço o quartel da Arca d’Água e o do Viso, onde realmente está hoje a Escola das Transmissoes. Mas, o Quartel de S. Brás foi também em tempos, segundo li, Quartel das Transmissoes. Sabe quando foi isso? Terá sido antes mesmo do da Arca d’Água? Sei que S. Brás foi construído para albergar uma companhia da guarda municipal em 1871, e em 1963 passou a Casa de Reclusão. Estou a elaborar um trabalho para a faculdade sobre o quartel e estou com dificuldade em encontrar estas informações, sobre os tempos em que foi quartel das transmissoes. Muito obrigada! Atenciosamente, Ana.

        1. É lamentável que eu não a saiba informar com rigor, mas estou a procurar informar-me. Em 1911 foi criado no Porto um Regimento de Engª, o Regimento de Sapadores Mineiros, bem como a 3ª Secção de Telegrafistas de Campanha. As Tm nessa época faziam parte da Engª. Em 1927, o Regimento de Sapadores Mineiros Nº 2 foi reduzido para Batalhão de Sapadores Mineiros Nº 2 (e depois para Grupo nº 2) e passou a fazer parte do Regimento de Sapadores Mineiros sedeado em Lisboa.
          Em 1940, o Grupo nº2 do Regimento de Sapadores Mineiros de Lisboa e o Grupo nº1 do Regimento de Telegrafistas de Lisboa, que desde 1927 estava sedeado no Porto (onde? em S. Brás?), reuniram-se com material e efectivos para formar, no Porto, o Regimento de Engenharia Nº1.
          O que de concreto lhe posso para já dizer é que o pai de um camarada da CHT (Comissão da História das Tm, responsável por este blogue) fez o serviço militar em S. Brás, em 1939, como guarda-fios. Nessa altura S. Brás era o quartel do Batalhão de Transmissões da Unidade de Engenharia sedeada na Arca d’Agua. Segundo me informa este camarada, depois de passar à disponibilidade, o pai dele voltou a ser chamado ao serviço, no apoio que o Exército deu na reconstrução das linhas telefónicas que o ciclone de Fevereiro de 1941 destruiu.
          Um outro camarada da CHT informou-me também que teve “a honra de prestar serviço no Quartel de S.Braz, durante uns escassos 3 meses e saí de lá bastante triste, pois ficaria por lá durante muito mais tempo…
          Na altura em que lá estive, em 1957, o Quartel de S. Brás era a sede do Batalhão de Transmissões do Regimento de Engenharia 2, de que dependia e que era sedeado no Quartel do Bom Pastor na Arca de Água.”
          Confirma-se assim, por estes testemunhos diretos, que, pelo menos entre 1939 e 1957, S. Brás foi de facto um aquartelamento de uma unidade de Tm.
          Melhores cumprimentos.

      2. Boa noite! Muitíssimo obrigada pelas novas informações que reuniu e que partilhou. São extremamente úteis para o meu trabalho. Não é fácil reunir informação sobre este quartel, talvez porque foi desactivado já lá vão 20 anos! Vou tentar saber mais junto dos arquivos do Museu Militar. Mais uma vez, obrigada. Atenciosamente, Ana

  2. Ainda em relação ao quartel de S, Brás transcrevo do trabalho do TGen Pereira Pinto “Novos Contributos para a elaboração da História das Transmissões Militares em Portugal- Memórias e testemunhos”, 2005, pág .4, a seguinte referência:

    “Integrado no Regimento de Engenharia 1 , e posteriormente 2, havia um Batalhão de Transmissões sediado no Porto, no Quartel de S. Bràs, igualmente constituído por uma companhia de TPF e outra de TSF.
    É interessante que a primeira Companhia de Transmissões da Divisão e que actuou nas manobras de 1963 de S. Margarida foi fornecida pelo Porto.”

    Como no Porto só havia transmissões em S.Brás, segue-se que foi desta unidade que saiu uma companhia para as manobras de S: Margarida. de 1953, antes do BTm3 ter sido constituído.

  3. Também andei neste quartel em Arca d`Agua em transmissões, entrei em outubro de 1970. Foi bom ter passado por lá. Já vão alguns bons anos.
    Cmts a todos que lá estiveram.
    José Pinto.
    pintonena@sapo.pt

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