E/R VHF FM, completamente transistorizado, o IRET era um pequeno rádio (6x14x20 cm), pesando cerca de 2 kg, que, por meio de dois seletores instalados no painel frontal, permitia selecionar um de 100 canais, controlados por um jogo de 20 cristais internos, na banda dos 47 aos 57 MHz (espaçamento de 50 KHz entre canais).
Era alimentado, ou por um jogo de 4 pilhas secas de 4,5 V (BA 9), ou por um acumulador de Cd/Ni de 18 V (AL 18/1). A antena habitual era uma antena de fita flexível, cortada para os 52 MHz (meio da gama), mas podia ser ligado a uma antena exterior de 50 Ohm, através de um adaptador (AA-2), quando inserido no amplificador de potência. Como acessórios standard, trazia um saco de transporte (BAG 55), duas correias de transporte (ST 43 e 44), um microtelefone com interruptor “premir para falar” (MT 10A), uma antena de fita em aço (AT 32) e um manual de instruções. O microtelefone, à prova de água, era em alumínio injectado, com uma pastilha do tipo dinâmico, que trabalhava como microfone quando em emissão (quando era premida a patilha) e como um pequeno altifalante quando em recepção, a situação normal. Como carregadores de bateria, podia usar ou o CA-29, para tensões de 11-32 V DC (em viatura), ou o CA-32, para 220 V AC (fixo). Em Africa foi sobretudo usado na Guiné.
Com 2 W de saída quando em tensão máxima da alimentação, concebido para trabalhar em pequenas distâncias, o IRET podia contudo ser dotado de um amplificador de potência de 30W (PA 21), igualmente transistorizado, o que lhe aumentava bastante o alcance e permitia instalá-lo, quer como equipamento móvel, em viatura, quer como fixo. Nestes casos, a tensão da fonte de alimentação para o PA 21 era obtida a partir de uma bateria de 12 ou 24 V, sendo que no caso dos 12 V estes eram automaticamente elevados para os 24 através de um conversor DC-DC. Esta unidade de potência (PU 9) era ligada ao PA 21 por meio de 4 fechos de mola. A antena veicular era de chicote, de 1/4 de comprimento de onda (142 cm). O peso deste conjunto, incluindo o suporte anti-vibratório para instalações veiculares (SA 26), era de 8,5 Kg.
Em relação a este post do coronel Canavilhas sobre o IRET, no qual descreve em pormenor as caraterísticas técnicas deste equipamento rádio e refere a sua utilização na Guiné, solicitaria, a quem o saiba, qual foi a sua utilização operacional e a forma como se comportou.
Senhor General
Como referi num artigo nosso, muito devemos à família IRET. Não só esteve nos três ramos das FA, como, numa altura de grande necessidade (61/74), em que tínhamos alguma dificuldade em adquirir aparelhos de comunicações, eles serviram bem o seu prepósito. Penso que deverá ter sido o maior grupo de aparelhos que comprámos em toda a nossa história das comunicações militares, não esquecendo um número significativo de aparelhos de teste (da mesma fábrica) e incontáveis acessórios e peças de reposição. O seu único problema seria a falta de padronização NATO nos conectores (na ultima versão comprada por nós, essa padronização já se verificava).
O conjunto muito bem apresentado pelo Senhor Coronel Canavilhas encontrava-se, por exemplo, na quase totalidade dos Chaimites dos Comandos (ex. anos de 1973/74/75).