1. HERÁLDICA E VEXILOLOGIA

a. Brasão de Armas

Descrição:

No distintivo do Batalhão de Transmissões n.º 3 (BTm3) pode ver-se:

  • A Cruz de Avis, símbolo da Região Militar e da 3ª Divisão;
  • O castelo com oito raios divergentes, distintivo das Transmissões, encimado pelo algarismo 3;
  • Superiormente o Castelo, emblema da Engenharia;
  • O Pote numa menção simbólica ao local do aquartelamento (Casal do Pote);
  • Em listel inferior a divisa UBIQUE (“Em toda a parte, em todos os momentos”), tradicional da Arma de Engenharia Militar.

2. HISTÓRIA DA UNIDADE

a. Síntese histórica

Depois da II Guerra Mundial assistiu-se a uma grande evolução dos sistemas e dos equipamentos de transmissões militares, que Portugal aproveitou depois da criação da NATO, em 1949, da qual foi membro fundador. Neste contexto, foi organizada, no início dos anos 50 (séc. XX), uma Divisão NATO (3ª Divisão ou Divisão SHAPE), com sede no Campo Militar de Santa Margarida.

Síntese Histórica do BTm3

DataEvento
1956Criado o BTm3, no âmbito das manobras anuais da 3ª Divisão, estava sedeado, inicialmente, em Santa Margarida e, posteriormente, no Polígono de Tancos (Quartel do Casal do Pote), dependia operacionalmente da 3ª Divisão e administrativamente da EPE.
1957-
1959
O BTm3 foi responsável pelas atividades de instrução de quadros de Transmissões e das outras Armas; Centro de Instrução de Radiotelegrafistas, manobras anuais da 3ª Divisão em Santa Margarida; exercícios de PC (Santa Margarida e na Alemanha).
1960-
1966
O BTm3 funcionou como Centro de Instrução Especial de Radiotelegrafistas tendo preparado especialistas para as Campanhas do Ultramar. Em 1966 foi integrado no RTm (Porto).

b. Heranças do BTm3

O BTm3, criado na sequência da satisfação dos compromissos internacionais com a NATO, em que Portugal organizou a 3ª Divisão, nos Exercícios e Manobras de 1956 era constituído pelas Companhias TPF e TSF da Escola Prática de Engenharia (EPE). Na sequência da diretiva do 2º comandante do SHAPE, as unidades de emprego complexo em apoio de combate, como as Unidades da Arma de Engenharia (BEng e BTm), não poderiam regressar a quartéis e decomporem-se em Companhias de guarnição. Por isso o BTm permaneceu em Santa Margarida até se instalar no quartel do Casal do Pote, já como BTm3.

c. Datas marcantes

  • Em 1956 foi organizado o BTm3, dependendo operacionalmente da 3ª Divisão e administrativamente da EPE, participou nas manobras divisionárias tendo recebido a visita do Marechal Montgomery, 2º comandante do SHAPE.
  • 28 de julho de 1966: determinada a transferência do BTm3 para o RTm (Porto), através da Portaria 22 136, de 28 de julho de 1966, publicada na OE n.º 3, 1.ª série, de 28 de julho de 1966, no entanto, o Pelotão de Reabastecimento e Manutenção manteve-se na EPE para apoio das unidades da Região Militar e da Divisão NATO.
  • 1967: Extinção do BTm3.

d. Quartéis ocupados

  • 1956 no CMSM;
  • 1956 no Quartel do Casal do Pote (Tancos);
  • 1966 no Quartel do Bom Pastor, em Arca d’Água (Porto).

3. MISSÃO, ÚLTIMO QO E EFETIVOS

a. Legislação de Suporte: As Transmissões Militares, da Guerra Peninsular ao 25 de Abril e Jornal do Exército (JE, 1965).

b. Missão:

Montar, manter e explorar as ligações entre os diversos escalões de comando da Divisão SHAPE/NATO e com as principais unidades de manobra e chefias dos serviços, sendo também responsável pelo material de transmissões da Divisão, através de um Pelotão de Reabastecimento e Manutenção, que era um órgão intermédio da 2ª Secção do DGME.

c. Último QO e efetivos

  • Na sua orgânica de BTm Divisionário incluía uma companhia de Exploração e uma CCS.
  • A Companhia de Exploração dispunha de material TSF, TPF, Cabo hertziano, Centro de Mensagens e construção de linhas.
  • A CCS responsável pelo reabastecimento e manutenção de material de transmissões e pelo funcionamento do destacamento de fotografia, entre outros serviços, através do seu Pelotão de Reabastecimento e Manutenção, realizava o reabastecimento de material e sobressalentes e executava a manutenção de 3º e 4º escalões do material de transmissões das unidades da 2ª Região Militar e 3ª Divisão num total de quase três dezenas de Unidades (JE, 1965).
  • O BTm3 tinha a seu cargo um Centro de Instrução Especial (especialidades de radiotelegrafistas, de operador de teleimpressor e de mecânico de material telefónico e teleimpressor).

4. COMANDANTES

Comandantes do BTm3 (1960-1978)

ChefesData
Maj Eng. Daniel Mendes Tavares(1956-1959)
Maj Eng. José João Henriques Sales Grade(1959-1961)
TCor Eng. Guilherme Bastos Moreira(1961-1964)
TCor Eng. Guilherme Bastos Moreira(1964-1965)
TCor Eng. Henrique Silva y Aranda(1965-1966)
Cap Eng. Alípio Antunes Guedes(1966-1967)

Extrato do Livro:
DCSI, 2023. Arma de Transmissões – 50 anos “Por Engenho e Ciência”, Vol. II, pp 66 a 72

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