Post do MGen Pedroso Lima, recebido por msg:

Há dias o coronel Aniceto Afonso, orientador científico da nossa Comissão enviou-nos um e-mail, recomendando a utilização do portal da Infogestnet, acessível através de www.infogestnet.com e que tem a vantagem de permitir a pesquisa de documentos em inúmeros arquivos nacionais e estrangeiros.

Achei boa a sugestão pois é indispensável a qualquer elemento da Comissão de História fazer pesquisa documental e aceder a documentação através da net torna-se muito mais cómodo e agradável do que fazer a deslocação aos arquivos.

Resolvi, assim, experimentar o processo, procurando, através da Infogesnet, encontrar um documento suscetível de ser apresentado em post, no nosso Blogue.

A experiência não foi fácil pois são ainda reduzidos, pelo menos nos temas que pesquisei, os documentos que estão digitalizados e por isso acessíveis.

Acabei por me decidir por dois croquis do traçado da Linha Telegráfica Visual  entre Lisboa e Porto em 1828, o primeiro entre  Lisboa e Coimbra, o segundo entre  Porto e Coimbra.

Croquis das ligações Lisboa a Coimbra
Croquis das ligações Coimbra ao Porto

Os documentos encontram-se no Arquivo Histórico Militar DIV/1/20/008/05 e são respetivamente os documentos _m0025 e_m0026. O seu autor é o capitão de Engenharia João Crisóstomo de Couto e Melo, do Real Corpo de Engenheiros, professor do Colégio Militar, impulsionador da alfabetização no Exército e autor do livro “Gramática Filosófica da Língua Portuguesa” .

Os documentos são datados de Maio de 1828, Couto e Melo era inspetor dos Telégrafos e destinavam-se ao ministro da guerra de D.Miguel,  o conde de Rio Pardo.

Nos documentos pode-se verificar que a distância entre duas estações contíguas não excedia as 3 léguas.

A possível utilidade que poderá ter a publicação deste traçado da linha telegráfica visual entre Lisboa e Porto será a de incrementar a pesquisa de vestígios das antigas construções das  estações e instalações dos militares do Corpo Telegráfico em algumas das localidades do traçado.

Julgo que não será fácil a descoberta de tais indícios, mas se tal vier a acontecer seriam  elementos do património histórico a preservar ou, como sucede nas Linhas de Torres, que poderiam levar  à reconstituição do telégrafo visual português  usado nessa altura.