‘Post’ do MGen Pedroso de Lima, recebido por msg:
No passado dia 13 de dezembro de 2011 deu-se o primeiro contato internacional da CHT.
A forma como decorreu e as repercussões que poderá ter, inclusivamente no nosso Blogue, justificam a sua escolha para tema da minha primeira intervenção com ‘postista’.
Tudo começou por um amigo do Gardete lhe ter pedido para recebr um seu amigo, espanhol, antigo jornalista e professor da universidade Complutense de Madrid, interessado no estudo da telegrafia ótica em Portugal. Tratava-se do Dr. Gilles Multignier, que vai apresentar o tema em Paris em Março do próximo ano. Para o efeito apresentou uma lista de 8 livros que constitui a bibliografia publicada sobre esta matéria, solicitando informação sobre a forma de a obter.
Nesta listagem de 8 livros encontram-se os dois livros publicados pela CHT, o que me parece honroso para a Comissão: no entanto maior relevância ainda tem o facto de os nossos dois livros estarem entre os 3 que tratam do período de cerca de 40 anos de telegrafia ótica em Portugal, visto que os outros 5 apenas se referem o período da Guerra Peninsular ou das Linhas de Torres Vedras.
Para receber o nosso ilustre visitante a CHT nomeou uma equipe constituída por mim, pelo Costa Dias e pelo Gardete. Quando verifiquei que a reunião coincidia com a minha aula de ginástica procurei ser dispensado da reunião, argumentando que não ia fazer falta dado que o Costa Dias até sabia mais do que eu sobre o assunto. Felizmente que a minha tese acabou por ser aceite, o sucesso da reunião foi indiscutível e de facto a minha presença não acrescentaria nada à reunião.
O Dr. Gilles recolheu toda a informação que pretendia, foram-lhe oferecidos os nossos dois livros, duas revistas “Almenara”, com artigos sobre o tema e outros em cópias digitais. A visita durou quase 5 horas, o DR. Gilles almoçou no RTm a convite do Comandante e teve oportunidade de observar os modelos do telégrafo português na Coleção Visitável do RTm. (O modelo do telégrafo de palhetas é o único em Portugal).
No relato que fez da reunião, o Gardete informou a CHT que o Costa Dias tinha sido brilhante na exposição, impressionando o Dr. Gilles, que mostrou particular interesse com as explicações que deu sobre a importância do uso da base 6 no funcionamento do telégrafo de Ciera.
Tinha previamente pedido ao Costa Dias que solicitasse ao Dr. Gilles que respondesse a duas perguntas e que nos desse indicações sobre bibliografia relativa à telegrafia ótica em Espanha, o que foi inteiramente executado.
A primeira questão era relativa à montagem do telégrafo Chappe em Espanha, durante a Guerra Peninsular, pelas tropas de Napoleão. O Dr. Giles respondeu que apenas há notícia que o sistema Chappe tenha existido até à fronteira espanhola. Pensa que, quando muito, poderão ter sido montados em Espanha telégrafos Chappe de campanha, mais ligeiros que o sistema fixo.
A segunda questão era saber se tinha algum conhecimento de que D. João VI tivesse montado o telégrafo português no Brasil. Informou não ter qualquer informação sobre o assunto.
Em relação à bibliografia o Dr. Gilles vinha preparado pois ofereceu à CHT dois livros, cópias digitais de artigos publicados em Espanha e prometeu que enviaria o texto da palestra que realizaria em Paris.
Tomou conhecimento do nosso Blogue. Até pensei que pudesse vir a ser o primeiro visitante estrangeiro do Blogue, mas não pode ser, pois já existem neste momento visitantes dos EUA e do Brasil.
Estão de parabéns o Costa Dias, o Gardete e o Cmdt do RTm, Bento Soares, pela excelente e promissora forma como decorreu o primeiro contacto internacional da CHT que marca a sua entrada na globalização.