Em 1966, durante a operação ‘LAGOA’, a CCaç. 1586 (ver Nota no final) capturou na Guiné um rádio russo.
A família R-105 de rádios backpack tácticos apareceu no inicio dos anos 50, parece terem sido baseados nos rádios alemães KlFuSpr (“Dorette”) da II GM, trabalhavam na banda dos 20-60 MHz, com uma potência de saída de 1,2W (mais tarde apareceram com amplificadores de potência de 10 W) e tinham 3 designações/versões, consoante a sub-banda que utilizavam – 105 (36-46,1 MHz), 108 (28-36,5 MHz) e 109 (21,5-28,5 MHz).
Estes rádios foram sendo modernizados ao longo do tempo (Modelo d nos anos 60 e Modelo m nos anos 70). Os 2 rádios capturados, hoje pertença da CV do RTm, são exactamente um R-105d e um R-105m (o mais pequeno):
Nota: Mobilizada pelo RI 2 (Abrantes), a CCaç 1586 desembarcou em Bissau a 04AGO66, seguindo depois para Piche onde assumiu a responsabilidade do subsector. A 21SET66 passou a unidade de intervenção e reserva do sector Leste, realizando operações e destacando pelotões para reforço das unidades em quadrícula, nomeadamente em Nova Lamego, Madina do Boé e Béli. Em 28OUT67, integrou as forças do subsector temporário de Canjadude, onde se manteve até 04DEZ67. Regressou à metrópole a 09MAI68. Teve diversos mortos em combate e em acidentes.
Estes interessantes aparelhos soviéticos são, como quase a totalidade da sua produção dos anos 50 e 60, baseada em rádios alemães da 2ª Guerra Mundial.
Logo a seguir à queda do “muro” milhares destes aparelhos foram vendidos para todo o mundo. Vinham em estado novo, embalados nas suas grandes caixas de madeira e com todos os acessórios, que incluíam peças sobressalentes e ferramentas básicas!
A “autópsia” a um destes rádios revela-nos um tosco acabamento, onde a solda prolifera por todos os cantos unindo a antiga tecnologia das válvulas à dos transístores. Parece-nos que tipifica o termo “forte e feio”, opondo-se à excelentíssima técnica e acabamento alemão. Ainda sobre esta última, pode-se dizer que mais nenhum país beligerante (1939/45) teve semelhante avanço e cuidado.
Verdadeiramente inovadora é uma das antenas usadas nos rádios deste “post”, a antena “Kulikova”. Em oposição à antena americana de “fita”, facilmente quebrável quando esforçada ou ficando eternamente deformada, a Kulikova não passava de umas dezenas de contas em alumínio seguras por um fino cabo de aço que passava pelo seu interior. Ao se esticar o cabo por meio de um sistema com mola, a antena, mantinha-se ereta. Ao ser dobrada, apenas o cabo o era (obrigando a comprimir, mais um pouco, a referida mola), voltando de imediato, todo o conjunto, à sua posição inicial.
Freitas
Existe certamente no museu um relato um por mim enviado sobre a captura de um dos rádios na Guiné-Bissau. Entrevistei o operador desse rádio na altura guerrilheiro do PAIGC e hoje Major na reforma. Tenho e foi enviado para o museu uma fotografia do referido operador e a sua história.
Mandei-lhe uma msg para o seu email pessoal. Parece que a info que eu obtivera não estava correta, pois, segundo o Cor Falcão me alertara já, os rádios terão sido capturados em ocasiões diferentes, um na Guiné e o outro em Moçambique. Fico a aguardar a sua resposta, para poder repor a verdade e actualizar o post com essa info. Abraço
Boa Tarde,
Gostaria de ter o v/ contacto pois estou a trabalhar num filme que utiliza imagens de arquivo mas também algumas reconstituições da guerra colonial e necessitaria de filmar uma cena com um radio semelhante a estes apresentados.
Precisaria também de alguma consultoria histórico militar sera que me conseguem ajudar?
Obrigado.
Alberto Cardoso
Boas tardes sr Alberto Cardoso
Vou enviar-lhe para o seu endereço de email o meu endereço pessoal. Espero que, com o contributo eventual de outros membros desta Comissão de História o possamos ajudar.
Com os melhores cumprimentos,
José Manuel Canavilhas
Muito Obrigado!