No decorrer da Grande Guerra, entre 1916 e 17, surgiram em Portugal alguns movimentos femininos de apoio aos combatentes, de que se destacaram o movimento A cruzada e o movimento das Madrinhas de Guerra, que procuraram apoiar e animar os soldados através de serviços de enfermagem, mas também do envio de cartas, alimentos e pequenos presentes, incluindo instrumentos musicais. As Madrinhas de guerra, cuja principal impulsionadora foi Sofia de Mello Breyner (1875-1948), era constituído geralmente por jovens mulheres, que procuravam, por vezes em resposta a anúncios publicados pelos militares nos jornais da época, animar os dias das trincheiras, através do envio de correspondência, muitas vezes sob a forma dos famosos lenços de Viana.

O MGen João Afonso Bento Soares, oriundo da Arma de Tm, fez-nos chegar um muito curioso artº publicado na revista “Combatente” de Junho 2011. É um apontamento precioso, enviado à revista por um seu irmão, Francisco José Bento Soares, que foi Ten. Mil. Médico em Angola e que transcreve uma deliciosa carta de um combatente na Flandres à sua então madrinha de guerra, futura mãe de ambos.

De 1961 a 1974 as Madrinhas de guerra voltaram a ter um importante papel de apoio aos militares em campanha durante os 13 anos de guerra no antigo Ultramar.

3 comentários em “As madrinhas de guerra

  1. “As Madrinhas de guerra, cuja principal impulsionadora foi Sofia de Mello Breyner (1875-1948)” – posso saber onde conseguiu recolher esta informação, por favor?
    Ficaria grata.

    Leonor

    1. Ex.ma Sra
      Trata-se de Sophia de Carvalho Burnay, condessa de Mafra, uma das fundadoras da “Assistência das portuguesas às vitimas da guerra” que tentaram sem sucesso fundar uma Escola de Enfermeiras de Guerra e mais tarde criaram as Madrinhas de Guerra. Casada com o médico da casa real Tomás de Mello Breyner, de quem adotou os apelidos, foi depois a principal impulsionadora das MG. Tive o cuidado de referir as datas de nascimento e morte, para evitar confusão com a poetisa. Há diversos livros e textos sobre o assunto, mas pode, por ex., consultar as páginas 106 a 108 e 478 a 480 do seguinte texto: http://cid.cig.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?skey=0E20B9FDAD87420E916AF496F64A680C&doc=95065&img=139416
      Com os melhores cumprimentos,
      J M Canavilhas

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