Post do MGen Pedroso Lima, recebido por msg:
Um comentário recente do sr. João Freitas, conhecido animador deste Blogue, refere o fato de a existência deste Blogue permitir o acesso a muita gente de um conjunto de conhecimentos militares e civis bem como fotografias que assim vêm preservada a sua memória.
A este respeito gostaria de apresentar as seguintes considerações
- Sou dos que atribui a este Blogue uma elevada “utilidade social” (o que para mim constitui o seu maior encanto) sobretudo para a Arma de Transmissões e para o seu pessoal, mas não só porque as comunicações são praticadas não apenas na nossa Arma mas em todos os setores do Exército e cada vez na vida civil.
- Julgo que a amplitude e diversidade de interesses que as Transmissões despertam explica o relativo sucesso deste Blogue (feito por não especialistas) , mas que tem tido um conjunto de visitantes relativamente elevado – e muito superior ao que eu esperava. Julgo que tem também a virtude de se situar num campo em que, do antecedente, muito pouco se tem escrito.
- Basta recordar que dez anos antes os trabalhos publicados relativamente à evolução das Transmissões do Exército foram trabalhos individuais de dois homens (o tenente Afonso do Paço que publicou o seu “clássico” livro em 1938 e os trabalhos do coronel Bastos Moreira com as suas “Notas”).
- Com a Comissão de História passou a dispor-se de um conjunto de mais de uma dezena de oficiais da reserva ou na reforma que se dispuseram a tratar de problemas da área de história e museologia das Transmissões, em relação aos quais o Blogue veio a dar indiscutível dinamismo.
- Julgo que o Blogue tem sido alimentado sobretudo pelos esforços do pessoal da CHT, com a colaboração preciosa de outros elementos militares e civis. No entanto penso que, mesmo dentro da CHT os seus elementos estão longe de atingir a sua “velocidade de cruzeiro” em termos de produção de posts e especialmente comentários.
- Talvez o maior defeito que se possa apontar é que o Blogue parece apontar para que na área da história e da museologia “este mundo não é para jovens”, dada a escassa participação que tem havido no Blogue do pessoal da Arma.
- Julgo que o Blogue não terá futuro se não conseguir captar os jovens oficiais da Arma no ativo, como , em meu entender, seria altamente desejável que viesse a acontecer, como espero que aconteça.
Quanto a isso, limito-me a referir que o maior historiador das Transmissões foi Afonso do Paço que, quando publicou o seu livro, em 1938, era tenente e tinha 43 anos. Porém na “Explicação prévia” do livro indica que iniciou este trabalho em 1925, com a recolha de elementos, quando tinha 30 anos.
Julgo que o Blogue constitui uma iniciativa com interesse no campo da recolha de testemunhos na área sobretudo da história, pioneira no âmbito do Exército e a que a juventude da Arma não deixará, a seu tempo, de dar o seu indispensável contributo.
Este reflexão do major-general (Eng Militar) Pedroso de Lima permite-me apontar dois pormenores da maior atualidade.
Por um lado este blogue permite alargar o âmbito das participações a oficiais, sargentos e praças que estiveram, ou estão, a trabalhar para as Transmissões quer seja na Arma quer como especialistas de outras Armas do Exército, ou da Armada e Força Aérea.
Outro pormenor consiste em recordar que jovens militares, no caso um oficial, se envolveram na História, talvez procurando “trazer” ao conjunto de militares da Arma que constituem a “Comissão da História das Transmissões” outros, oficiais e sargentos, em situação de ativo. Bem haja meu general por esta chamada de atenção. A minha experiência académica permite garantir que seria muito interessante que militares do QP/ativo se envolvessem em licenciaturas, mestrados ou doutoramentos das áreas de Museologia e de História.
António Pena (coronel TecnManTm, doutorado ciências da comunicação), SitRef (76 anos).
Atrevo-me a dizer que, as transmissões, no geral, são uma das Armas “esquecidas” das nossas Forças Armadas. Todos sabemos que são fator importante, mas sempre aparece algo que as ultrapassa e involuntariamente as diminui. Todos conhecemos as espingardas, os tanques, os canhões, e os rádios? Nunca entendemos tal facto.
Alguma coisa se tem publicado sobre as outras especialidades, umas em profundidade, outras em extensão. Ao chegarmos aos rádios as lacunas são significativas, especialmente não têm aparecido obras oriundas de diversos setores que nos permitam começar a fazer uma história aproximada da realidade. Alguns, isoladamente, o têm tentado, mas esse trabalho apaixonado, levado a peito singularmente, será facilmente esquecido.
E de repente aparece este “nosso blogue” (que me desculpem a apropriação)! Poderá ser ele a aglutinar toda a memória voluntária, todo o documento fotográfico que dorme injustamente numa qualquer gaveta, todos os escritos que nunca viram a luz do dia. Poderá, não, ele é, de facto, o lugar de excelência para passar a documento real todas as informações espalhadas por quantos serviram e servem as transmissões Nacionais.
E tudo terá cabimento, tudo é precioso. Por vezes, para nós, a simples fotografia onde aparece um militar completamente desconhecido, e, lá ao fundo, se descortina um rádio de que tínhamos conhecimento, mas do qual não havia documento fotográfico da sua real utilização, é muitíssimo importante. Um texto onde se mencionem testes, operacionalidades, ou reparações de aparelhos pouco conhecidos/raros, ou que vieram em reduzido número para Portugal, são insubstituíveis. Tudo isso é história que se perderá, se não invertermos este, aparente, adormecimento.
Como se diz nas terras de Vera Cruz, somos obrigados a “parabenizar” os criadores deste espaço. Bem hajam!
Dificilmente poderíamos estar mais de acordo consigo, sobretudo porque é mais ‘um grito de alarme’ para que a nossa história se não perca, para mais vindo de um entusiasta que nem sequer foi militar de Tm, o que lhe dá um valor acrescido. Infelizmente, e ao contrário do que pensei quando o blogue foi lançado, a participação dos cidadãos que pelas Tm passaram tem sido escassa. Demasiado escassa, para as recordações, documentos e saber que muitos ainda certamente possuem.
Congratulo-me com o comentário do coronel Pena, tanto mais que, pelo menos desta vez , não posso dizer que, com este post, “estive a falar para o boneco”, mas sobretudo por verificar que houve alguém que encontrou no seu conteudo motivos para as reflexões que apresenta,
Em relação aos pontos que contém permito-me acrescentar o seguinte:
Penso que ao referirmos a desejável partticipação dos militares não devemos deixar btambén de rconsiderar a importância da participoação civil, de que temos no blogue exemplos de reconhecida qualidade.
Embora defenda a desejável participação dos militarews do ativo no Blogue, nunca defendi o fomento da inclusão de militares do ativo na CHT. Julgo que é um problema a discutir em reunião da CHT, pois parece-me ser a sede própia dada a sua delicadeza e implicalções no relacionamento instituciobnal.
Julgo que tem razão quanto a serem desejáveis mestrados e doutoramentos em História e Museologia. tanto mais que se a História tem, na nossa Comissão, assegurado o apoio cientrífico, a Museologia está em branco…
Sobre “A utilidade do Blogue” não há dúvida acerca da sua relevância, demonstrado através dos seus conteúdos e da sua acessibilidade, em qualquer lugar e em qualquer momento, à distância de um click…
Quanto à disponibilidade de se permitir alargar o âmbito das participações a outros militares e civis da Armada e da Força Aérea, talvez o termo “Transmissões”, específico do Exército Português, seja limitativo para a pesquisa na internet, para esse efeito, onde “Comunicações” e “Telecomunicações” sejam termos mais abrangentes.
Sobre “que o Blogue não terá futuro se não conseguir captar os jovens oficiais da Arma no ativo” onde acrescentaria os sargentos e as praças (estas agora em regime de contrato), considera-se ser demasiado pessimista, no entanto, para ser mais apelativo às novas gerações, este blogue poderia constituir-se também num espaço para “reflexão e discussão” do Presente e do Futuro… da “Arma de Transmissões”, pois a História faz-se no Presente pensando no Futuro e tendo em conta o Passado. Nas últimas décadas, o desenvolvimento e a evolução dos meios das “Transmissões” associaram-se cada vez mais à máxima filosófica que “o momento presente já é passado” e, atualmente, pode constatar-se que os “meios de comunicações e sistemas de informação” passam e as pessoas ficam, muitas vezes sem se dar pela sua passagem…
Com consideração pela “Comissão da História das Transmissões” e mérito para o seu trabalho, em particular, do Administrador do Blogue, Cor José Manuel Canavilhas, aqui ficam estes contributos.
MGen Henriques Dinis (no exercício das funções de Diretor de Aquisições no Exército)
Plenamente de acordo. Para já, e em resposta, este ‘post’ vai já levar com essas ‘tags’, a fim de facilitar o ‘trabalho’ aos motores de busca. Quanto à ‘reflexão e discussão’ com vista ao futuro, alguns docs foram já colocados com esse intuito, e mais estão já na minha posse para aqui serem colocados muito em breve. E obrigado pelas palavras finais. Não eram necessárias, mas sabem sempre bem. Um abraço