Post do nosso leitor Sr João Freitas, recebido por msg:
De origem americana, e desenvolvido pela Galvin Co. (Motorola), entra ao serviço dos “Aliados” em plena Segunda Guerra Mundial. O SCR-536 é considerado o primeiro “HANDY -TALKIE” para fins estritamente militares. Portugal, ao inseri-lo nas suas fileiras, procura continuar na modernidade.
O “barra de sabão” – como era conhecido no nosso Exército – terá ficado ao serviço em Portugal desde os finais de quarenta (manual em português datado de 1948) até ao início da década de sessenta.
O transmissor/recetor BC-611 (BASIC COMPONENT 611) pertence ao SCR-536 (*) (SET COMPLET RADIO 536), compreendendo este um conjunto mais alargado de componentes, dos quais o radio é o principal. De uma única frequência regulada a cristais tipo FT-243, a sua gama era compreendida entre os 3.500 kc e os 6.000 kc, em AM.
Os únicos comandos que possuía eram o interruptor de desligado/ligado, actuado pela extração da antena telescópica e a patilha que comutava de recepção para transmissão. Alimentado por duas pilhas secas colocadas no seu interior, uma de 103,5 V com a designação BA-38 para a tensão de placa , e uma pilha BA-37 de 1,5V, para os filamentos. Destas duas pilhas esperava-se uma duração de 15 horas. De uma forma expedita, a pilha “BA-37” podia ser substituída por um gabarito que colocava em paralelo duas pilhas vulgares de 1,5V.
Portugal recebeu também para as suas F.A., em número reduzido, o SCR-585 que é basicamente um “upgrade” do SCR-536 e destinado, na origem (EUA), apenas a tropas transportadas em planadores. O BC-721 (o rádio “BASIC COMPONENT 721” pertencente ao conjunto “SET COMPLET RADIO 585”) diferindo pontualmente no esquema eléctrico, no acrescentar de fichas para auscultadores e microfone e na alteração da tampa do compartimento das pilhas, tornando o rádio ligeiramente mais alto.
Necessariamente, às oficinas de reparação rádio, são fornecidos conjuntos específicos para a reparação destes aparelhos e caixas separadas com as referidas bobines e cristais, para eventuais alterações de frequências. Destes conjuntos para reparação destaca-se aquele que incluía uma carcaça exterior de “BC-611”, já com os furos necessários para o radio montador ter acesso aos trimmers internos, permitindo ao mesmo tempo, devido a um gabarito onde estava montada, que o rádio ficasse numa posição vertical estável e facilmente acessível.
Não nos podemos esquecer, de que o nosso Exército usou também uma antena goniómetro específica (com saco de transporte próprio) para este rádio, e ligada a ele, através de um adaptador especial colocado junto da antena de origem, assim como, mais dois tipos de sistemas de transporte (além da bandoleira original), que se resumiam a um saco almofadado, e um simples arnês onde o rádio ficava suspenso.
João Freitas
(*) Procurar uma explicação mais pormenorizada sobre estas nomenclaturas no artigo sobre o SCR-694.
(Adaptação de um artigo publicado na revista “QSP” nº258 de 12/2002)
Acerca do SCR-536 apenas queria acrescentar que foi um emissor-recetor usado no Exército Potuguês na chamada Divisão NATO desde a década de 50 do século XX. Destinava-se à ligação entre o pelotão e as secçôes dos BI (penso que também estava distribuído à Artilharia e Cavalaria) pelo que deveria ter sido o equipamento rádio que existia em maior quantidade na Divisão.