O alfabeto fonético utilizado há largos anos pelas Forças Armadas portuguesas, e portanto pelos operadores de Transmissões, é baseado no alfabeto aprovado pela NATO, e tem as suas raízes no código internacional definido em 1959 pela ITU (International Telecommunications Union) no manual Radio Regulations.
Refere-se à forma de pronunciar as 26 letras do alfabeto latino, tal como definido pela ISO (International Organization for Standardization), por sua vez baseado no código ASCII (American Standard Code for Information Interchange).
As letras K, W e Y passaram a fazer parte do alfabeto português com o Acordo ortográfico da língua portuguesa de 1990.
A escolha das palavras representativas de cada letra (inglesas, mas cujos sons existem na maioria das línguas) foi feita de forma a evitar ambiguidades e confusões aquando da transmissão sonora de códigos letra a letra, e depois de diversos testes com operadores de três dezenas de nacionalidades.
Quantas vezes não assistimos já à busca por alguém de uma palavra cuja inicial corresponda à letra que pretende transmitir, quando todos temos ao dispor este alfabeto fonético, provado e aprovado?
Letra |
Código |
Pronúncia português | Pronúncia ICAO e ITU |
A |
Alfa |
ÁL-FA | AL FAH |
B |
Bravo |
BRÁ-VO | BRAH VOH |
C |
Charlie |
TCHÁR-LI | CHAR LEE |
D |
Delta |
DÉL-TA | DELL TAH |
E |
Echo |
É-CO | ECK OH |
F |
Foxtrot |
FÓQSE-TRÓT | FOKS TROT |
G |
Golf |
GÔLF | GOLF |
H |
Hotel |
Ô-TÉL | HOH TELL |
I |
India |
IN-DIA | IN DEE AH |
J |
Juliett |
DJIU-LIÉT | JEW LEE ETT |
K |
Kilo |
QUI-LO | KEY LOH |
L |
Lima |
LI-MA | LEE MAH |
M |
Mike |
MAI-QUE | MIKE |
N |
November |
NÔ-VEM-BAR | NO VEM BER |
O |
Oscar |
ÓS-CÁR | OSS CAH |
P |
Papa |
PÁ-PÁ | PAH PAH |
Q |
Quebec |
QUÉ-BÉQUE | KEH BECK |
R |
Romeo |
RÔMIO | ROW ME OH |
S |
Sierra |
SI-É-RRA | SEE AIR RAH |
T |
Tango |
TAN-GO | TANG GO |
U |
Uniform |
IU-NI-FÓRM | YOU NEE FORM |
V |
Victor |
VI-QTÓR | VIK TAH |
W |
Whiskey |
UISS-QUI | WISS KEY |
X |
X-ray |
ÉQS-REI | ECKS RAY |
Y |
Yankee |
IAN-QUI | YANG KEY |
Z |
Zulu |
ZU-LU | ZOO LOO |
Em relação ao Blog tive pena de não me ter lembrado de propor que se comemorasse o 10.000º visitante, e se felicitasse o Canavilhas pela proeza, que excedeu todas as nossas expetativas.
Mais uma razão para coimentar este seu post. Tive de investigar pois as poucas coisas que podia acrescentar referiam-se à referência do Golias à utilização do alfabeto fonético sui gèneris e indecifrável, na Guiné, por parte dos operadores de Tm do STM (pág. do livro da CHT). Bem como a indicação que tinha, há muitos anos, da ligação do alfabeto fonético como ICAO.
Da NET tirei o seguinte resumo da génese do alfabeto fonético que julgo compllementar o trabalho do Canavilhas:
Antes da II Guerra Mundial só existia um alfabeto fonético para uso militar
Em 1941 tornou-se óbvia a necessidade de um alfabeto comum, para a permitir um entendimento no campo de batalha.
Depois de várias tentativas sem sucesso foi tomada uma decisão drástica.
Convidados os responsáveis dos vários serviços para uma reunião no MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts), foram reunidos numa enorme sala com grandes quadros, imensos lápis, resmas de papel e um dicionário por pessoa, sendo-lhes comunicado que seriam servidas três refeições diárias e que a porta da sala estaria fechada durante os restantes períodos, bem como não seria permitida a saida de ninguém enquanto não fosse adoptado um alfabeto aceite por cada serviço!
Não temos conhecimento, do tempo que levou a resolver, no entanto a decisão, levou ao aparecimento do Alfabeto Fonético JAN (Joint Army/Navy), com que os Estados Unidos da América entraram na IIª Guerra Mundial.
Este alfabeto embora não fosse perfeito, pois existiam dificuldades de compreensão de várias letras por parte de alguns Exércitos Aliados, foi sem dúvida de grande utilidade para as comunicações militares.
Depois de terminada a Guerra, houve tempo suficiente para absorver os ensinamentos adquiridos e fazer um alfabeto melhor.
No entanto nenhum teve sucesso até que entrou em campo a ICAO (Organização Internacional da Aviação Comercial), que necessitava de adoptar um alfabeto para utilização nas comunicações da emergente indústria Aeronáutica e criou o seu próprio alfabeto fonético.
O alfabeto fonético que hoje conhecemos foi adoptado pela ITU (Organização Internacional das Telecomunicações), organismo onde são elaborados os regulamentos Internacionais das Radiocomunicações.
Embora o alfabeto não seja perfeito, funciona…e constitui uma ferramenta inquestionável nas comunicações por voz, sendo utilizado nos mais variados serviços civis e militares.
Mesmo nas comunicações em FM ( Frequência Modelada) em que a qualidade do áudio é geralmente muito boa, a utilização do alfabeto fonético permite facilitar a transmissão de qualquer mensagem.
É de suma importância, pois trabalho na aviação civil, empresa aérea que transporta cargas e passageiros e sem esse alfabeto no dia a dia seria, muito complicado, pois possui milhares de colaboradores de várias regiões do Brasil e do mundo, com linguagem e sotaques variados e que se comunicam via rádio, com esse alfabeto.
Excelente trabalho de pesquisa e sabedoria, aqui deixado por tais ilustres companheiros de armas de transmissões. Bem Hajam.
fiquei impressionado com o que li neste “post”. espero poder aprender mais, então ficarei ligado a esta págiina que julgo que me será muito útil.