A ideia da realização anual da Semana da Arma surgiu em 1978. No entanto, só em 1980 se concretizou o primeiro evento desta série, após o estudo, a organização e o planeamento realizado na DAT, tendo sido definido que seria realizada na semana anterior ao dia da Arma, que se comemora a 24 de março.
Curiosamente, a ideia para se realizar a Semana da Arma surgiu na sequência de uma proposta endereçada por uma entidade civil – a ANIMEE (Associação Portuguesa das Empresas do Sector Elétrico e Eletrónico), que pretendia organizar um colóquio dedicado à Indústria Eletrónica Nacional, em meados de 1979, no qual participaria a Indústria Civil, sendo organizado pela Arma de Transmissões.
A DAT não se mostrou favorável a esta ideia, por considerar arriscado levar a efeito o evento, numa altura em que o projeto do P/PRC-425 ainda se encontrava numa fase embrionária. Como alternativa à proposta de colóquio, surgiu a ideia de realizar uma ação de reflexão interna, vantajosa para a Arma, procurando encontrar soluções de interesse para o futuro.
Em março de 1980 realizou-se a 1ª Semana da Arma, na EPT (Porto), com o objetivo de efetuar o ponto de situação das Transmissões, face ao impulso dado à Arma pelo projeto resultante das “Reflexões sobre a problemática da Arma” e definir orientações para prosseguir novas ações a desenvolver. Este evento foi orientado fundamentalmente para a elaboração de estudos de situação dos diferentes setores da Arma, tendo como objetivo servir de base à diretiva que concretizasse os objetivos a alcançar a curto e médio prazo. Além deste aspeto, foram ainda apresentados diversos contributos individuais de elementos da Arma sobre temas de interesse técnico e tático.
O formato destas Semanas constava de conferências e comunicações, apresentadas por oficiais da Arma, entidades militares ou civis, seguidos de debates para análise dos objetivos da Arma, das atividades realizadas e planeadas, bem como das suas limitações. Este evento culminava com a apresentação da Diretiva do General Diretor da Arma para o ano seguinte.
A 2ª Semana da Arma realizou-se em 1981, no RTm (Lisboa), tendo sido organizada nos mesmos moldes da 1ª, incluindo:
– Uma parte onde eram apresentados os estudos de situação e planos de atividades a desenvolver no ano seguinte, exclusiva da DAT e das unidades da Arma;
– Contribuições técnicas, por oficiais interessados;
– Apresentação da Diretiva Técnica para o ano seguinte, pelo Diretor da Arma.
A diferença mais significativa, relativamente à 1ª Semana da Arma foi a inclusão do “Dia das Comunidades” das Transmissões, em que estiveram presentes e apresentaram comunicações militares da Arma colocados noutras organizações externas à Arma de Transmissões, nomeadamente, no EMGFA, no IAEM, na AM, na PSP, na GF, na GNR e no Gabinete de Estudos e Projetos do EME.
Na 3ª Semana da Arma, organizada pelo Cor Tm Pedroso de Lima, foram introduzidos alguns aspetos inovadores, nomeadamente a abertura do evento a entidades externas à própria Arma, contando com a participação de elementos da Armada e de entidades civis e, ainda, com a apresentação de comunicações pelo presidente da ANIMEE, Comendador Rocha de Matos, e pelo Secretário de Estado do Emprego, Dr. Luís Morales.
As semanas da Arma realizaram-se de uma forma contínua, anualmente, até a extinção da DAT, em 1993, sendo organizadas, numa base rotativa, pelas unidades e órgãos da Arma de Transmissões, nomeadamente EPT, RTm, DGMT e CTm/1ª BMI, tendo por objetivo refletir sobre os múltiplos processos de inovação que iriam dotar o Exército de capacidades de comunicações de campanha credíveis, fiáveis e sustentáveis.
Extrato do Livro:
DCSI, 2023. Arma de Transmissões – 50 anos “Por Engenho e Ciência”, Vol. II, pp 332 e 333