Autor : Tenente Tm (Eng.º) Pedro Costa

Comandante do Módulo CSI da Companhia de Atiradores Mecanizada de Rodas, atualmente é Capitão e Chefe do Núcleo de Segurança da Informação do Centro de Guerra da Informação e Ciberdefesa do Exército.

FONTE: Texto publicado em “A Mensagem 2024”,
Boletim informativo do Regimento de Transmissões.

Fruto do presente conflito no leste da Europa entre a Rússia e a Ucrânia, Portugal, em 25 de maio de 2023, projetou mais uma Força Nacional Destacada (FND) para a Roménia, a 3.ª FND Companhia de Atiradores Mecanizada, com o intuito de manter o compromisso com a “North Atlantic Treaty Organization” (NATO) e reforçar o flanco leste da Aliança Atlântica, no âmbito da “Enhanced Vigilance Activity” (EVA).

A força encontrava-se aquartelada no sul da Roménia, em Caracal, nas instalações do 1.º Batalhão de Formação. Esta FND foi constituída por duzentos militares distribuídos pelas seguintes subunidades: Comando da Força, Companhia de Atiradores Mecanizada, Destacamento de Apoio, Módulo de Defesa Antiaérea, Módulo GeoMeteo e Módulo Conjunto de Informações. Organicamente esta FND integrou a Brigada Multinacional SE. Ao longo da missão, a Força participou em diversos exercícios conjuntos e combinados e atividades em vários locais e cidades romenas.

Módulo CSI da Companhia de Atiradores Mecanizada na Roménia – Cap Pedro Costa, 1Cb João Neves, SAj Luís Pinto, Sold Gonçalo Meireles, Sold Ruben Bessa, 1Sarg João Carvalho e 1Sarg Telmo Duarte.

O Módulo de Comunicações e Sistemas de Informação (ModCSI) da 3.ª FND foi constituído por sete militares: um oficial, três sargentos e três praças. Destes elementos, seis são oriundos do Regimento de Transmissões e uma praça da Companhia de Transmissões da Brigada Mecanizada. Entre as várias funções do Módulo, destacam-se as seguintes:

  • Gerir e operar o Centro de Comunicações da Força, garantindo o acesso à rede de dados do Exército e às redes classificadas (SECNET e NSWAN) via satélite ou Internet;
  • Contribuir para o Comando e Controlo da força através da implementação do Sistema “Battlefield Management System” (BMS), o qual permitiu a interligação das Viaturas Blindadas de Rodas (17 viaturas da tipologia PANDUR e 5 viaturas da tipologia VAMTAC) e o Posto de Comando da Força assente em redes de comunicações rádio robustas, flexíveis e adequadas a cada operação com a capacidade de envio de voz e dados;
  • Garantir o acesso dos militares à rede de Wellfare da Força, fazendo a alocação de largura de banda da mesma consoante o horário e a necessidade.

O Módulo dispunha de um Centro de Comunicações de Companhia (CCC), com meios de comunicações que permitiram dotar o Posto de Comando da Força com comunicações rádio e acesso à rede de dados do Exército através da antena satélite Datapath CCT 200 ou de um checkpoint com acesso à internet.

Durante a Missão, o Módulo participou em vários exercícios dos quais se realça o SCORPIONS LEGACY 23, maior exercício com forças da NATO na Roménia, no qual os militares de transmissões tiveram a oportunidade de testar a interoperabilidade dos meios de comunicações com outras forças, demonstrar capacidades e contactar com meios de comunicações das Forças aliadas, e contribuir muito significativamente para o desempenho positivo e visibilidade da 3.ª FND.

Realço ainda a realização do Signals Exercise (SIGEX) com o objetivo de dar formação de Transmissões aos militares da Força (Procedimentos de Cibersegurança na utilização de computadores na RDE, utilização do telefone Iridium Extreme PTT, operação do BMS, métodos de cifras de mensagens e operação do rádio P/PRC-525), treinar o envio de relatórios quer à voz via rádio, quer no BMS e por fim, testar comunicações HF com o Território Nacional (“army rear link”).

Comunicações em HF entre Roménia e Portugal

Ao longo da Missão, o Módulo teve sempre presente o objetivo de melhorar as condições CSI da Força, quer em contexto operacional, quer em aquartelamento. Efetuou com frequência a manutenção e reparação de equipamentos de comunicações, dentro das suas capacidades, participou ativamente na dinamização de atividades de moral e bem-estar, esteve envolvido em atividades culturais romenas e ações de solidariedade.

O maior desafio encontrado durante a missão foi a interoperabilidade rádio com as Forças aliadas, sendo necessário às futuras FND’S terem à sua disposição rádios credenciados pela NATO para a interligação com o escalão superior no decorrer dos exercícios.

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