Autor – Tenente-General ANTÓNIO AVELINO PEREIRA PINTO
a) Transmissões de Campanha
1) Pessoal
- Major Castro Neves em Comandante das Transmissões e a comandar o Batalhão de Transmissões 361(BTm361)
- Cap Pereira Pinto inicialmente destacado no Quartel-General a gerir as Transmissões de Campanha da Região Militar de Angola (RMA)e, posteriormente, em 2.º Cmdt do BTm36l
- Cap Pinto Correia a comandar o Destacamento do Serviço de Telecomunicações Militares (STM) onde foi substituído em 1962 pelo Cap David dos Santos
- Cap Costa Ferreira a dirigir a Instrução
- 1.°Sarg Matos Fernandes a responder pela Comp Tm
- 1.°Sarg radiomontador Ramos chefiar a oficina do Pelotão de Reabastecimentos e Manutenção 2.O Sarg Xavier em Adjunto do Cmd BTm361
- 2.°Sarg Vultos destacado no Comando das Transmissões com o 1.°cabo Florindo
O pessoal era muito diminuto, mas com qualificação aceitável e algum muito bom.
O BTm36l tinha a seu cargo, em permanência, o ministrar a instrução quer da Escola de Recrutas de incorporação local quer de instrução, aperfeiçoamento e operacional.
Sempre que determinado pelo Comando das Transmissões fornecia equipas para específicas missões operacionais.
2) Material
O material existente na RM, no início, era constituído por ZC-1, SCR- 193, AN/GRC-9 e SCR-536.
Posteriormente foram recebidos AN/PRC-10 e HF-156 e P-21.
A não ser os GRC-9, que foram excelentes embora não portáteis, bem como o SCR-193, apenas usado por destacamentos do BTm, o PRC-10, que foi importante para as ligações terra-ar e terrestres em linha de vista e os SCR-536, para ligações muito curtas, todos os outros apresentavam importantes deficiências, uns pela sua antiguidade e falta de operabilidade, como o ZC-1 e o P-21, outros, como o HF-156, pela sua fraca portabilidade e fragilidade no âmbito da alimentação.
3) Organização Territorial
A Unidade de Transmissões era o BTm361, situado em Luanda em instalações adaptadas de partes de edifícios de oficinas do Batalhão de Engenharia (BEng) e de cavernas do Depósito de Material de Guerra com mais dois pavilhões pré-fabricados. Esta Unidade era comandada pelo CmdtTm.
Não mantinha Destacamentos em permanência, embora muitas vezes tivesse enviado equipas para apoio de operações ou para garantir ligações permanentes enquanto as ligações permanentes não estavam instaladas, como sucedeu com o apoio à Região Aérea para ligar Negage a Luanda.
4) Emprego Táctico
As ligações entre o Comando da RMA e os comandos subordinados era sempre estabelecido pelo STM, que dispunha de estações nas localidades dos seus PC.
As ligações destes com as suas Unidades eram estabelecidas por meios próprios quer dos Comandos de Sector, quer das próprias Unidades.
Em casos especiais, ou para operações militares de certa envergadura. o BTm361 enviava equipas para ligação dos Comandos à estação do STM mais próxima.
As ligações Terra-Ar eram realizadas com AN/PRC-10, como já atrás referido.
5) Apoio Logístico
Havia no BTm361 um Pelotão de Reabastecimento e Manutenção de Material de Tm (PelReabMan), que mantinha apoio a toda a RMA em material de campanha em 3.°escalão, e que recebia por seu turno apoio do DGMT de Linda-a-Velha.
Nas Unidades havia uma secção de manutenção própria que fazia 2.º escalão.
Apesar das grandes dificuldades no início e das faltas em material adequado, quer de equipamentos disponíveis quer de sobressalentes, pode-se considerar que a manutenção e o reabastecimento eram quase satisfatórios.
b) Transmissões Permanentes
1) Organização
O STM começou por estar integrado na Companhia TSF do Batalhão de Engenharia até se constituir, em inícios de 1962, o BTm361 para onde transitou, constituindo um Destacamento de escalão companhia.
A sua dependência era totalmente da Direcção do STM em Lisboa, embora em estreita coordenação com o CmdTm.
O Cap Pinto Correia, na sequência do plano gizado pelo Maj Costa Paiva, que havia recebido em 1959 a missão de fazer o planeamento das estações e redes a instalar em Angola e Moçambique, montou, durante 1960 e inícios de 1961, as seguintes estações e redes:
Luanda-Santo António do Zaire-Cabinda-Toto-Maquela do Zombo- Carmona; Luanda-Salazar-Malange-Nova Lisboa-Sá da Bandeira; Luanda-Luso-Henrique de Carvalho-Cazombo-Gago Coutinho; Cabinda-Dinge-Chiaca.
As estações do Leste, por falta de equipamentos fixos em quantidade para a sua instalação definitiva, foram dotadas provisoriamente com AN/ GRC- 9 e guarnecidas por pessoal da campanha, ao tempo na Companhia de Transmissões do BEng.
Iniciou-se a ligação a Lisboa (BT) com uma estação Marconi.
2) Pessoal
A comandar o Destacamento estava o Cap Pinto Correia que tinha como chefe do Centro de Luanda o 1.º Sarg Valtelhas e a responder pelo Destacamento o l.º Sarg Ramos.
Como chefe do seu Depósito e Oficinas tinha o Ten Gomes.
Tinha muitos 2.º Sargentos, em regra um por cada estação destacada, dos quais se salienta, pelo seu futuro, o 2.º Sarg Ascenção Santos, que inicialmente se encontrava a chefiar uma Estação destacada e depois ficou a dirigir o Depósito.
O Destacamento do STM tinha pessoal excelente, que foi muito bem seleccionado, muito do qual viera do BTm3.
3) Material
O Destacamento do STM dispunha de E/R Marconi, RCA de l kw, Standard de 300w e Standard de 75kw.
Ocasionalmente, e porque em 1962 o BEng recebera do Governo de Angola, por via de contrapartidas comerciais de café, 160 AN/GRC-9 de origem alemã, o Cap Pinto Correia, ao tempo Cmdt da Companhia TSF do BEng, montou algumas estações de 2.º prioridade com este material, e dotou todas as outras que se encontravam destacadas com um AN/ GRC-9 para emergências.
Estes equipamentos de emergência possibilitaram que se montasse, de facto em emergência, um sistema de área de transmissões na zona em operações, no qual as estações do STM, cada uma com uma frequência e indicativo próprios, passaram a escutar de hora a hora, umas às horas certas e outras às meias horas, no sentido de receberem mensagens enviadas por forças em deslocamento na zona, a encaminhar pela rede fixa.
4) Apoio Logístico
O Destacamento do STM dispunha de Oficina e Depósito próprios, bem equipados com excelentes radiomontadores, que colaboraram na montagem das estações e acorriam às estações a caso de avaria.
A ligação entre o Destacamento e a Direcção do STM em Lisboa funcionava muito bem, não havendo problemas importantes a registar.