Largamente utilizados nas guerras em Angola, Moçambique e Guiné nos finais dos anos 60, sobretudo até ao aparecimento do TR-28, o CHP-1 e o DHS-1 (representado na fig) constituíram uma família de Rádios transistorizados HF, AM/PM e CW, de sintonia contínua ou cristalizados (18 cristais possiveis, 9 em cada sub-banda: baixa, dos 2-4 e alta, dos 4-8, com intervalos de 2.5kHz), na banda dos 2 a 8 MHz (embora, formalmente, a banda HF comece nos 3 MHz). Podiam trabalhar em fonia – com micro-auscultadores (normal ou de cabeça), ou em grafia – com chave Morse.
RF output de 2 W (CHP-1 ou DHS-1 em LP) ou cerca de 20 W (DHS-1 em HP). Alcances de cerca de 40 Km (LP) até 1.200 Km (HP), conforme o equipamento, a antena utilizada e as condições locais de propagação.
O DHS-1 (4 baterias de cádmio/níquel de 12 V recarregáveis) era um CHP-1 (2 baterias) com um amplificador de RF. Possuiam uma sensivel Unidade de sintonia de antena aparafusada no topo, o que lhes dava um aspecto caracteristico.
A carga das baterias podia efectuar-se empregando, ou um gerador manual (BCC-113); ou uma unidade estabilizadora de carga m/967 e um PROTOM ou um FRAPIL; ou um carregador a partir de baterias 12/24 V (BCC-501); ou ainda um carregador a partir da rede 110/220 V (BCC-503).
Transportáveis a dorso (CHP-1), ou fixos/montagem veicular (DHS-1), embora este também pudesse ser transportado a dorso (backpack), pois os sacos de transporte tinham as mesmas dimensões, com o inconveniente de este ultimo pesar cerca de 17 Kg (versus 11 Kg), mas com a vantagem de um muito maior alcance (em HP).
Utilizavam uma antena vertical de 2,43 m, ou um dipolo de dois braços de fio de cobre isolado com 36,27 m cada e com baixada em cabo coaxial de 15,24 m, ou ainda uma antena unifilar de cobre com 8,23 metros.
De origem inglesa (onde tinham a designação A-14/BCC-30), foram fabricados em Portugal pela Standard Electrica (instalada em Alcântara, junto ao rio Tejo, no edifício que hoje alberga a Orquestra Metropolitana de Lisboa).
Em Inglaterra foram sobretudo usados pelos Royal Marines Commandos e pelos Para Battalions.
Fonte principal: Instruções dos emissores-receptores DHS-1 e CHP-1, de 1968, da Direcção da Arma de Transmissões
Manual: TM 189, de ABR1966
Para mais informação, ver por exemplo aqui, ou procurar os inumeros manuais técnicos aqui.
Estes equipamentos foram utilizados em Moçambique na operação Nó Gordio. As baterias tinham problemas de estanquecidade e de manutenção de carga, por isso o responsável da área transmissões, maj eng Pereira Pinto, por sugestão do ten Birrento, substituiu as baterias recarregáveis por pilhas, garantindo assim a funcionalidade dos equipamentos durante toda a operação.Para esta operação foram adquiridas 10 000 pilhas BA-211 Tudor,tendo-se revelado um número exageradíssimo porque por segurança previu-se uma actividade muito intensa, de 2 tempos de recepção para 1 de emissão.
O CHP-1 e o DHS-1 foram dois equipamentos importantes na guerra colonial.
Representaram uma tentativa, entre outras, da DAT para substituir o AN/GRC-9 e com isso aumentar a capacidade operacional dos grupos de combate, muito condicionada pelas didficuldade de transporte a dorso equipamento rádio..
Os equipamentos CHP-1 e DHS-1 foram considerados um tremendo fracasso tanto em Angola como na Guiné.. A operação Nó Górdio, com a resolução dos problema das pilhas e os melhoramentos entretanto introduzidos permitem talvez afirmar que Moçambique foi o único teatro onde estes equipamenos tiveram alguma aceitação.
Fica aqui um convite a outros testemunhos que considero mais importantes do que o meu visto que nunca utilixzei estes rádios pois as minhas funções durante a guerra colonial em África não tinham a ver com Transmissões,