Contribuição para a Elaboração da História das Transmissões Militares em Portugal por Tenente-General Avelino Pereira Pinto, Novembro de 2003.

Advertência

Este trabalho que seguidamente se apresenta, não pretende ser um trecho acabado da História das Transmissões em Portugal. Tem apenas a intenção de poder eventualmente servir de lembrança e suporte, para um período limitado a 1950 e 1983, aos estudos que forem sendo feitos e, bem assim, à pesquisa e investigação a levar a cabo para a elaboração da efectiva História.

A elaboração deste trabalho deste trabalho resultou do pedido que me foi dirigido por vários colegas, dada a situação privilegiada que eu tive, ao longo do período considerado, para observar, e até, nalguns casos, tomar parte, nos acontecimentos condicionantes e determinantes para as Transmissões, desde a criação da Direcção da Arma às múltiplas actividades por ela desenvolvidas.

Decidi seleccionar acontecimentos ou factos, alguns fora das Transmissões, que considerei importantes para as Transmissões que foram, como o foram e porque o foram. É evidente que tal selecção comporta em si uma apreciação pessoal que poderá não corresponder à opinião generalizada.

Mesmo assim, entendi que, o chamar a atenção para tais factos, poderá suscitar uma desejável controvérsia que venha a melhor classificar a sua real influência e o surgimento de outros mais adequados para caracterizar a verdadeira história a realizar.

Há muitas referências às Transmissões do Ultramar, naquelas Províncias onde não estive ou onde terei estado em épocas diversas, que estarão muito deficientes ou até erradas, pois resultaram de um distante “ouvir dizer”.

Também haverá factos que não vieram a ser referidos ou, ao sê-lo, tenha pecado por falta de pormenorização ou até por erros de descrição.

Peço desde já a compreensão da Comissão dos trabalhos e faço votos para que, com os defeitos que garantidamente terá, este despretensioso desfiar de memórias possa vir a ter o interesse que para ele almejei.

Nota: Os textos em itálico constituem comentários e apreciações pessoais.

Lisboa, 12 de Novembro de 2003

           António Avelino Pereira Pinto, Tenente-General

Súmula

Secção 1: DE 1950 A 1960

Situação das Transmissões no início da década de cinquenta

Unidades e Órgãos de Transmissões/ Órgãos de Transmissões Permanentes e Sistemas de Transmissões instalados / Transmissões de Campanha e seu emprego em Exercício e Manobras: Pessoal, Material e Logística / Vultos relevantes

Acontecimentos e factos relevantes na década de cinquenta

Criação do STM / Criação da Escola Militar de Electromecânica / Integração na NATO / Constituição da 3.ª Divisão / Criação do BTm3 / Material de Transmissões da Divisão / Transferência da função de ministério de cursos e estágios de Transmissões da EPE para o BT / Apoio prestado pelo MAAG / Criação do Serviço de Material / Substituição do encargo NATO de uma Divisão para uma Brigada / Criação do Serviço de Reconhecimento de Transmissões sob a tutela da 2.ªRep/EME e dirigida pela CHERET

Secção 2: DE 1960 A 1970

Situação das Transmissões na Metrópole e no Ultramar no início da década de 60

Transmissões Permanentes na Metrópole / Transmissões Permanentes no Ultramar / Transmissões de Campanha / Evolução das Transmissões em Angola

[O Aprontamento]

Criação de Unidades de Engenharia no Ultramar / Envio do Destacamento do STM para Angola / Início das operações anti-subversão / Montagem dos Sistemas de Transmissões para satisfazer as necessidades dos dispositivos a / Montagem de uma oficina de base no Depósito Geral de Material de Transmissões / Criação do Comando das Transmissões de Angola e do Batalhão de Transmissões 361 / Evolução da ligação interterritorial pelo STM / Destacamento do STM para Moçambique e Guiné / Documento sobre Transmissões para a Guerra Subversiva

[A Evolução]

Procura de equipamentos adequados para este tipo de guerra / Evolução das Transmissões em Angola / Evolução das Transmissões em Moçambique / Evolução das Transmissões na Guiné / Actividades das Transmissões na Metrópole / Actividades de Guerra Electrónica

Secção 3: DE 1970 A 1983 [Em preparação]

Acontecimentos Relevantes [De 1970 a 1975]

Operação NÓ GORDIO em Moçambique / Aprovação dos quadros de efectivos da Arma e sua definitiva criação / Criação da Escola Prática de Transmissões / Contribuições para Revisão da Logística das Transmissões / Vinte e Cinco de Abril / Vinte e Cinco de Novembro

Ler mais sobre Acontecimentos de 70 a 75

[Perspectivar o Futuro da Arma de Transmissões]

Revisão estrutural da Arma de Transmissões / Reformulação infra-estrutural do DGMT / Análise das existências e necessidades de material / Criação de uma Brigada Mista para se integrar na NATO

[No Reequipamento, a Arma de Transmissões Alavanca a Indústria Nacional]

Obtenção de tecnologias para o País, indispensáveis à manutenção e ao fabrico de circuitos electrónicos / Desenvolvimento e fabrico em Portugal de um equipamento de rádio militar / Montagem da Cadeia Logística / Montagem do sistema de desenvolvimento tecnológico para futuros equipamentos / Projecto, Desenvolvimento e Montagem de Centros de Transmissões moveis / Criação na Escola Militar de Electromecânica de um Centro Nacional de Profissionalização em Electrónica

[Factos na Componente Permanente e na Valorização do Conhecimento]

Apoio de Transmissões aos Comandos das Regiões Militares do Continente e das Regiões Autónomas / Apoio às Forças de Segurança / Revisão do Sistema de Transmissões Permanente / Valorização dos engenheiros da Arma, para a satisfação de desenvolvimentos quer no hardware quer no software / Semanas da Arma de Transmissões / Revisão dos planos de curso dos alunos de Transmissões da Academia Militar / Reconstituição do Centro de Instrução de Guerra Electrónica / Criação do Museu das Transmissões / Vultos relevantes na década de 70 e até 1983 

Transmissões no início da década de cinquenta

Unidades e Órgãos de Transmissões. Todas as Unidades e Órgãos com missões ligadas às Transmissões, pertenciam à Arma de Engenharia. As Unidades de Transmissões existentes eram as seguintes:

  • Batalhão de Telegrafistas, situado no quartel dos Quatro Caminhos em Lisboa, desde 1937. (DL 28.401, 1937)
  • Um Batalhão de Transmissões integrado no RE2 em Lisboa, no quartel da Pontinha desde 1947 (OE, 1947)
  • Um Batalhão de Transmissões integrado no RE1 no Porto no quartel de S. Braz desde 1947. (idem)
  • Um Batalhão de Transmissões integrado na EPE desde 1947. (idem)

A Unidade com o encargo de ministrar os cursos e estágios de Transmissões aos quadros da Arma de Engenharia e de formar os quadros de complemento de Tm passara a ser a EPE a partir de 1946, data em que foi extinta a Escola de Transmissões, inicialmente no quartel da Penha de França, e sucessivamente na Ajuda, no Pavilhão de Exposições do Parque Eduardo VII, e finalmente por alguns meses, no próprio BT.

O Órgão com o encargo de armazenamento e fornecimento do material de transmissões era a 2.ª Secção do Depósito Geral de Engenharia, situada em Linda-a-Velha no quartel do Carrascal desde 1947. (OE, 1947)

Órgão de Transmissões Permanente e Sistemas de Transmissões instalados. As Transmissões de carácter permanente eram da responsabilidade do Serviço Telegráfico Militar o qual, desde 9 de Janeiro de 1901, passara para a Arma de Engenharia, ficara a cargo da Companhia de Telegrafistas de Praça sediada no quartel dos Quatro Caminhos e na dependência directa do Inspecção dos Telégrafos Militares, por seu turno dependente da Direcção Geral do Serviço de Engenharia. (OE, 1901)

A Companhia de Telegrafistas de Praça, deu origem a um Regimento de Transmissões que veio a ser substituído por o Batalhão de Telegrafistas em 1937, o qual manteve, sob sua responsabilidade, aquele Serviço.

Sistemas de Transmissões instalados. Havia uma rede telefónica aérea em fio de cobre instalada em Lisboa ligando o Estado Maior do Exército, o Ministério do Exército, o Quartel-General e todas as Unidades da guarnição de Lisboa.

Havia ainda redes internas nos Quartéis-Generais e Unidades das Regiões Militares operadas por pessoal do Serviço Telegráfico Militar.

Havia em cada QG e Comando de Unidade, uma estação rádio a trabalhar em grafia articuladas em redes cujas estações directoras se situavam no BT e no quartel da Ajuda. As guarnições, quer as das estações rádio, quer, quando era o caso, das centrais telefónicas, eram chefiadas por um sargento radiotelegrafista e pertenciam ao Serviço Telegráfico Militar.

[Transmissões de Campanha e emprego em exercício e manobras]

O pessoal de Transmissões pertencia todos à Arma de Engenharia. Os oficiais do quadro permanente eram oficiais da Arma de Engenharia que, como todos os restantes oficiais da Arma, após terem recebido na Escola do Exército, formação técnica como engenheiros civis e uma limitada formação sobre telecomunicações e electrónica, eram, na EPE, colocados no tirocínio e em funções de transmissões, para satisfação das necessidades previstas pela DAE ou porque manifestaram desejo de se orientarem para tais actividades.

Contudo, tal orientação não era vinculativa, pois, de acordo com ulteriores necessidades de colocação de pessoal, ou por virtude de mobilizações para o Ultramar, os mesmos oficiais poderiam transitar para outras actividades ligadas a especializações da Arma de Engenharia, tais como Pontoneiros, Sapadores, Mineiros, Caminhos de Ferro, Obras (como engenheiros civis), etc.

Os sargentos do QP provinham da carreira ascensional, desde praças, mas esses, sim, enquanto sargentos, sempre ligados às transmissões e, até, à sua especialidade para que haviam sido preparados como praças.

Todavia, mesmo esses, quando concorriam para o seu acesso a oficiais, deixavam de estar ligados às transmissões e passavam a desempenhar funções burocráticas em qualquer Organismo ou Unidade de qualquer Arma ou Serviço, como oficiais do Quadro dos Serviços Auxiliares do Exército (QSAE).

As praças e o pessoal do Quadro de Complemento adquiriam uma especialidade na recruta ou curso de formação, e essas especialidades eram de facto vinculativas.

O pessoal radio montador (sargentos) pertencia igualmente à Arma de Engenharia, era formado, inicialmente na Escola de Transmissões e depois na EPE.

Em novembro de 1948, na sequência de um Decreto-Lei, o Instituto dos Pupilos do Exército alterou o plano de estudos passando a formar técnicos e onde passaram a ser preparados radio montadores altamente qualificados e com uma cultura geral equivalente ao 2.º ciclo dos liceus, embora sem que tal equivalência lhes viesse a ser garantida no seu currículo. (DL 37.136, 1948)

Estes mecânicos radiomontadores, que foram prejudicados em relação às suas perspectivas, legítimas de virem a ser engenheiros-técnicos, com que haviam entrado para os Pupilos, constituíram um escol de técnicos de alta valia de que beneficiaram as Transmissões, sem os quais dificilmente poderiam ter respondido ao desafio da criação, em tempo record, das Transmissões da Divisão NATO, e até a própria RTP que começava a instalar a sua rede de retransmissores pelo país, e para onde se orientaram alguns destes técnicos.

Esses técnicos foram preparados, no seu último ano de curso do IMPE com o Curso de Sargentos Milicianos e foram integrados, a partir de 1953 nas fileiras, como 2.º sargentos. Por felicidade houve concursos para 1.º sargento pouco depois, pelo que, alguns deles, foram promovidos com pouco mais de um ano a 1.º sargento.

Igualmente viriam na altura própria para guarnecerem e lançarem o funcionamento, como monitores, da Escola Militar Electromecânica que fora criada em 1952 e que viria a ser o fonte-manancial da formação dos radiomontadores do Exército e da Aeronáutica, mas, como consequência, e por passagem à disponibilidade das praças lá formadas, da técnica de radiomontagem em todo o País.

Material de Transmissões. Os equipamentos de transmissões existentes nas transmissões de caracter permanente, para além do que fora projectado e instalado pelo próprio pessoal do Serviço Telegráfico, e de algum material telefónico projectado e construído nas Oficinas Gerais de Material de Engenharia, era constituído por equipamentos fixos Marconi e RCA.

Material de campanha disponível, era eminentemente de procedência inglesa pelo que se refere a rádios, e alemão e sueco, quando de TPF.

Logística das Transmissões. Como já se referiu, o Órgão que geria, armazenava e fornecia material de transmissões era a 2.ª Secção do Depósito Geral de Material de Engenharia, instalada em Linda a Velha.

Pelo que se refere à manutenção, cada Unidade de Transmissões dispunha de uma oficina onde executava, para si própria e para unidades locais, até um 3.º escalão de manutenção. O 3.º escalão, em geral, e o 4.º escalão, seriam realizados pelas Oficinas Gerais de Material de Engenharia de Belém.

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Acontecimentos e factos relevantes na década de 50

Criação de STM.  (DL 38.568, 1951) Por Decreto-Lei de 11 de Dezembro de1951, foi extinto o Serviço Telegráfico Militar e criado o Serviço de Telecomunicações Militares (STM), sediado no mesmo aquartelamento, mas agora tecnicamente na dependência directa do Ministro do Exército através do seu director, e administrativamente na dependência da Administração Geral do Exército.

O seu director era o comandante do Batalhão de Telegrafistas e o seu quadro de pessoal foi organizado com pessoal do quadro orgânico do BT; como sub-director, major de Engenharia, 2 adjuntos capitães ou subalternos de Engenharia e 6 chefes de secção, capitães ou subalternos de Engenharia e um chefe de depósito, capitão ou subalterno do QSAE.

A montagem e exploração dos meios era feita por secções em número correspondente à organização militar territorial em vigor e, para isso dispunha de 9 chefes de centro de Transmissões, 1.º sargentos, 30 chefes de centrais e fiéis, 2.º sargentos ou furriéis, 4 chefes de guarda-fios, 2.º sargentos ou furriéis, 40 cabos readmitidos e os soldados necessários a nomear.

A sua logística era assegurada pelo seu depósito de material e oficinas técnicas para montagem reparação e afinação do material e um gabinete de ensaios, para estudos e experiências de material. As oficinas dispunham de 3 radiomontadores, 2.º sargentos ou furriéis e 3 montadores de TPF, 2.º sargentos ou furriéis. Estas oficinas destacavam elementos para a reparação local nos equipamentos instalados.

Criação da Escola Militar de Electromecânica. (DL 38.945, 1952) Por Decreto-Lei de 11 de Outubro de 1952, foi extinto o Grupo de Especialistas e criada em Paço de Arcos, a Escola Militar de Electromecânica, na dependência do Ministério da Defesa Nacional, para preparar os especialistas de electricidade, electrónica e electromecânica do Exército e da Aeronáutica.

Para constituírem os quadros de oficiais desta Escola foram lá colocados, principalmente, oficiais de Engenharia e de Artilharia. Os sargentos monitores foram recrutados dentre os radiomontadores da Arma de Engenharia e, como acima se refere, os 2.º sargentos provenientes do curso de radiomontadores do Instituto dos Pupilos do Exército.

Integração na NATO. Em 1949, logo após o termo da II Guerra Mundial, foi celebrado o tratado entre os Estados Unidos e várias potências europeias, o Tratado do Atlântico Norte para cooperação e defesa contra o perigo representado pelos países do leste europeu.

Na sequência deste tratado, Portugal comprometeu-se a mobilizar e manter num relativamente baixo grau de prontidão, uma Divisão, que seria estruturada segundo o modelo das Divisões americanas e para a qual os EUA se comprometiam a fornecer todo o material de combate, logístico e reservas.        

Constituição da 3.ª Divisão. Foi nesta base que, a partir de 1953 foi constituída uma Divisão para qual foi chegando material proveniente do EUA. A esta Divisão, segundo os planeamentos da NATO, irá constituir reserva do Comando do Centro da Europa (AFCENT), subordinada ao Supremo Comando Aliado da Europa (SACEUR). Mais concretamente, a Divisão iria integrar-se no VII Exército dos EUA. A esta Divisão foi atribuído o numeral 3 e o nome de Divisão Nun’Álvares.

A Divisão, de facto, só veio a ficar plenamente constituída e com uma razoável experiência de trabalho conjunto, a partir de 1955, depois de se terem levado a efeito as manobras de 1953, no Campo Militar de Santa Margarida, acabado de ser instalado, e onde a Unidade de Transmissões foi uma Companhia fornecida pelo Regimento de Engenharia do Porto.

Para os Exercícios e Manobras de 1956, já a Unidade de Transmissões passou a ser um Batalhão, ao contrário do exército americano que mantinha uma Companhia, embora o Comandante das Transmissões da Divisão, fazendo parte do estado maior especial do Comando da Divisão, fosse um major ou tenente-coronel.

O Batalhão que foi mobilizado para manobras foi fornecido pela EPE e constituído à custa das suas Companhias orgânicas, TPF e TSF, que, para tal foram, desde 1955, realizado no polígono de Tancos exercícios semanais, procurando integrar o Pelotão de Cabo Hertziano e a rede de teleimpressores.

Estas manobras de 1956, por felicidade, tiveram a presença do Marechal Montgomery, ao tempo 2.º Comandante do SACEUR, que, no final, exprimindo a sua satisfação pelo trabalho empenhado a que assistira, solicitou que, aos quadros da Divisão, fosse fixada uma permanência mínima de 3 anos na sua ordem de batalha. E foi assim que no ano de 1957 foi determinado que os oficiais e sargentos do QP, que ao tempo faziam parte da ordem de batalha da Divisão, ficassem inamovíveis durante 3 anos.

Esta medida foi de enorme utilidade para a operacionalidade das Unidades da Divisão, com a rodagem de Exercícios de Postos de Comando e Manobras ao longo dos anos, mais os exercícios semanais das pequenas Unidades nos seus próprios aquartelamentos, garantiu uma capacidade técnica e eficiência individuais que vieram a revelar-se essenciais para o arranque das operações de contra a subversão em Angola, quer para os postos de comando quer para as transmissões, justamente tais necessidades  terem surgido no final dos três anos de inamovibilidade.

Criação do BTm3. Ainda como consequência da directiva do 2.º Comandante do SACEUR (Supreme Allied Commander Europe), foi evidente que Unidades de emprego complexo em apoio de combate, como as Unidades de Engenharia, respetivamente, o Batalhão de Engenharia e o Batalhão de Transmissões, não poderiam regressar a quartéis e decomporem-se em Companhias de guarnição.

Por isso, foi decidido manter o Batalhão de Transmissões depois de manobras em S. Margarida até ser possível instalá-lo no quartel do Casal do Pote no Polígono de Tancos e instalar definitivamente o Batalhão de Engenharia em S. Margarida.

Quando o Batalhão de Transmissões, agora com personalidade própria, porque de constituição permanente, se foi instalar no seu aquartelamento do Casal do Pote, já tinha a designação que lhe advinha da Divisão, como sendo o BTm3.

Este Batalhão que se manteve íntegro e dinâmico até que a guerra do Ultramar o afectou retirando-lhe grande parte da sua operacionalidade, foi efectivamente uma Unidade excepcional tendo o seu trabalho em manobras e exercícios, quer no País quer em Destacamentos seus na Alemanha, atingido uma qualificação muito elevada, amplamente reconhecida pelos Comandos quer nacionais quer americanos.

Material de Transmissões da Divisão. O material que foi atribuído à Divisão era aquele que o exército dos EUA tinha ainda atribuído às suas Divisões, pelo que se pode dizer que era o mais moderno que havia. Por outro lado, a Divisão foi dotada, e ficou a cargo do BTm3, com oficinas móveis para a execução do 3.º escalão de manutenção de todo o material de Transmissões distribuído, operado e mantido em 1.º e 2.º escalões, nas Unidades da Divisão. Foram fornecidos ao BTm3, além dos sobressalentes de reparação, correspondentes ao escalão que lhe competia, excedentes em material funcionando como volantes de manutenção.

Tal permitiu que o BTm3 tivesse uma intensa actividade e uma sobrevivência logísticas apreciáveis. Essa actividade, não se verificava apenas nos exercícios e manobras, mas ao longo de todo o ano, mantendo-se uma actividade de apoio ao longo dos 365 dias por ano e cobrindo quase metade do País.

Transferência da função de ministério de cursos e estágios de Transmissões da EPE para o BT. Em 1959 foi determinado que o BT passasse a assumir cumulativamente funções de Escola Prática para as Transmissões, pelo que foi solicitado que fosse entregue pelo BTm3 (órgão da EPE que assumia as funções que competiam àquela Escola para as instruções de Transmissões) ao BT toda a documentação sobre cursos e estágios lá processados.

Na altura iria iniciar-se um curso de Transmissões para oficiais das Armas. Foi decidido aproveitar esse curso, que era o mais longo e abrangente de todos os que lá se processavam, para se fazerem apontamentos que iam sendo policopiados à medida que corriam as aulas, o que dotava prontamente os instruendos com apontamentos na hora e ir-se-ia realizando um documento completo, repositório de doutrina táctica e técnica, para enviar ao BT.

Assim se fez. Desse trabalho que se intitulou “Curso de Transmissões para Oficiais de Infantaria Cavalaria e Artilharia”, que terá sido o primeiro trabalho depois do “TSF e as Transmissões” do então Ten. Câmara Pina, que viria a apresentar doutrinas de emprego táctico das Transmissões, foram feitas duas edições, sendo a primeira de capas azuis, que foi distribuída aos oficiais e BT. Da segunda, de capa castanha, foram feitos 200 exemplares por ordem do EME e distribuídas por todas as Unidades do País.

Apoio prestado pelo MAAG. A integração de Portugal na NATO e os compromissos dos EUA em nos fornecerem material levaram a que na Embaixada dos EUA se instalasse um Grupo designado por Military Assistence and Advisory Group (MAAG) que tinha por função apoiar o nosso Exército nas informações técnicas indispensáveis para operação, manutenção e conservação do seu material e disponibilizar cursos na América e na Alemanha para valorização e actualização dos nossos quadros.

E foi assim que muitos oficiais e sargentos de Transmissões se deslocaram aos EUA e à Alemanha para lá frequentarem escolas militares americanas e onde tiveram oportunidade de contactar com oficiais de várias dezenas de países, podendo e fazendo comparações estruturais, lhes resultou, inquestionavelmente, a aberração que era mantermos as Transmissões dentro da Arma de Engenharia, cuja doutrina táctica de emprego e técnicas de trabalho não tinham qualquer semelhança, não sendo razoável admitir que, com a complexidade técnica e tecnológica que começavam a apresentar os materiais, especialmente o de transmissões, continuasse a ser viável a rotação do pessoal por actividades tão dispares.

Terá sido a pressão exercida pelos relatórios de missão, que chegavam à Arma de Engenharia que levou a que fossem tomadas duas medidas sequentes:

  • A criação em 1958, dentro da Arma de Engenharia de dois Ramos, respectivamente, Sapadores e Transmissões pelos quais foram distribuídos todos os oficiais do QP. Mas estes Ramos, não eram como as anteriores especializações, porque vinculavam definitivamente o oficial ao Ramo em que fosse inserido.
  • A criação em 1959 na Academia Militar, que substituiu a Escola do Exército, de um curso de Transmissões que não tinha a exigência de formar engenheiros, admitindo-se que oportunamente e face às necessidades, se mandariam licenciar engenheiros para constituírem um corpo de engenheiros da Arma exclusivamente dedicados às técnicas.

Estas duas medidas acabaram por ser seguidas da criação da Direcção da Arma de Transmissões por Decreto-Lei  (DL 42.564, 1959). Todavia, a Arma não tinha quadros de efectivos aprovados, pelo que ainda durante 11 anos, oficiais e sargentos continuaram a pertencer à Arma de Engenharia.

Contudo, no ano imediato, o plano de curso dos alunos de Transmissões foi de novo alterado por pressão da Direção da Arma de Engenharia e de outras entidades, alegando que se iria baixar o nível técnico e cultural aos futuros oficiais, pelo que os alunos que haviam entrado para o curso previsto, tiveram de ser encaminhados para o IST.

Criação do Serviço de Material. Entretanto havia sido criado o Serviço de Material com responsabilidade de fazer a manutenção do material do Exército, no qual foram desde logo integrados oficiais oriundos de Artilharia, que tiveram de ir licenciar-se em engenharia mecânica, e de Engenharia, que já eram engenheiros.

Este acontecimento teve grande importância para as Transmissões.

Em primeiro lugar sangrou a Arma de Engenharia de muitos bons oficiais, dos quais, pelo que toca às Transmissões, e entre outros, temos de lamentar a saída dos capitães Ferraz, Noé Soares e Palet. Este último até tinha fabricado um protótipo, que se experimentou com êxito nas manobras de 1953, de um debitador de cabo telefónico, mas que se perdeu, talvez pela nova orientação do seu inventor.

Por outro lado, foram retirados da Arma de Engenharia todos os sargentos radiomontadores, os quais, contudo, continuaram a trabalhar com os seus camaradas de Engenharia, mas administrados por estruturas diferenciadas, que muitas vezes deles se esqueciam porque as suas actividades se processavam fora dos seus círculos, daí lhes resultando graves prejuízos e desmoralização.

Substituição do encargo NATO de uma Divisão para uma Brigada. Ainda em 1959, o Comando das Forças Terrestres do Centro da Europa (LANDCENT), quando os EUA propuseram a substituição do tipo tradicional de Divisão, por outra com uma concepção preparada para um teatro sob ameaça nuclear, com 5 Grupos de Batalha e logística concentrada com grande dispersão e mobilidade, conhecida por “Pentómica”, entendeu que tal conceito estaria desajustado para o teatro de guerra da Europa, avançando outra, de concepção triangular, permanentemente estruturada em agrupamentos tácticos  (Brigadas) e com parte da logística integrada nesses agrupamentos.

Consultados os países, Portugal optou pelo Conceito LANDCENT, propondo-se, desde logo montar uma Brigada que seria equipada com matérias da última geração pelos EUA. De facto, em 1959, fez-se no EME o estudo orgânico dessa Brigada e, para as manobras de 1960, já nelas tomou parte tal Brigada tendo como Unidade de Transmissões uma companhia organizada pelo BTm3.

O Comandante dessa Brigada em Manobras foi o Coronel Tirocinado Sá Viana Rebelo que viria a ser o primeiro Director da Arma de Transmissões, logo a seguir ao final dessas manobras e logo que promovido a Brigadeiro.

Criação do Serviço de Reconhecimento de Transmissões sob a tutela da 2.ªRep/EME e dirigido pela CheReT. Em substituição da CheCiE (Chefia  de Cifra do Exército) que tinha por missão garantir a segurança de documentos e da autenticidade de interlocutores em contacto através de meios de transmissões, foi criada a CHERET (Chefia de Reconhecimento de Transmissões), como cabeça de um serviço (SRT), destinado a fazer o reconhecimento do tráfego captado através da escuta das actividades radioeléctrica e das Transmissões, sob a tutela da 2.ª Repartição do EME, para onde encaminharia as notícias captadas ou as informações obtidas pela sua intersecção.

Este órgão causou as maiores preocupações na Direcção da Arma de Transmissões porque, devendo este órgão recém criado, preocupar-se com a segurança das nossas Transmissões, ao arrogar-se de fazer reconhecimento, claramente apontava para a pesquisa de notícias através da intersecção das comunicações do inimigo, e, nomeadamente, ao propor-se fazer radiolocalização, estaria claramente a procurar realizar Guerra Electrónica, a qual constitui a razão da classificação das Transmissões como Arma, pois é através dela que realiza combate, sendo todas as suas outras missões, de apoio de combate.

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Situação das Transmissões na Metrópole e no Ultramar no início da década de 60

Transmissões Permanentes na Metrópole. Com a entrada em funções do major Mário Pinto da Fonseca Leitão para sub-Director do STM, este serviço recebeu um grande impulso na modernização e melhoria dos seus sistemas.

Assim, procedeu-se à selecção, obtenção e montagem de novos equipamentos nas suas redes rádio para remodelação dos seus sistemas. Inicia-se em 1961, em Lisboa, o enterramento de cabo para substituição dos circuitos aéreos e a ligação por feixes hertzianos de Lisboa-Santarém-Tomar-Aveiro-Porto.

Em 1962 realiza-se a ligação por feixes hertzianos para Vendas Novas e Évora e faz-se a instalação da rede automática em Lisboa com uma central Stroger de 400 linhas no Batalhão de Telegrafistas, Sapadores, que viria a ser sucessivamente ampliada para 600 e para 1000.

Instala-se o Centro Receptor Ultramarino em Alcochete e o Centro Emissor Ultramarino na Encarnação.

Em 1963 estabelecem-se ligações por teleimpressor entre Lisboa, Tomar e Porto, a ligação a Mafra por feixes hertzianos, e as primeiras ligações entre Lisboa e Porto por fac-simile e telefotografia.

Transmissões Permanentes no Ultramar. As ligações entre a Metrópole e os Comandos militares ultramarinos, já tinham sido atribuídas à Armada, pelo despacho do MDN de 30 de Outubro de 1956, que desde logo instalaram as suas estações radionavais, cujas despesas foram partilhadas por verbas do Exército. Pelo despacho de 7 de Fevereiro de 1958 do MDN, só as transmissões territoriais internas das Províncias competiam aos respectivos Ramos.

No início desta década de 60, as ligações internas existentes correspondiam, em material de campanha em instalação fixa, às estabelecidas entre os Comandos instalados e as suas forças destacadas. Entretanto, e porque se previa que iriam surgir conflitos internos na sequência dos que começavam a varrer os territórios coloniais de outros países, os Comandos militares das Províncias Ultramarinas solicitavam que fossem estabelecidas redes rádio fiáveis cobrindo os pontos mais importantes dos seus territórios.

Assim, por despacho ministerial de 25 de Fevereiro de 1959 foi nomeado o major Costa Paiva, ao tempo sub-Director do STM, para se deslocar a Angola, Moçambique e Guiné, a fim de elaborar os estudos das redes a montar um sistema de transmissões permanentes. [Nota 7907 da Rep Gab MDN de 9/4/59, no Arquivo Histórico Milita, Cota 39/7/578/182]

Esse estudo foi realizado e foi com base nele que vieram a ser organizados os Destacamentos que partiram para cada uma das Províncias para montarem as primeiras fases desses sistemas.

Transmissões de Campanha na Metrópole. Os equipamentos de Transmissões distribuídos às Unidades territoriais, à excepção daquelas que tinham encargos de sub-Unidades da 3.ª Divisão, era constituído por material inglês fornecido a Portugal a partir de 1946.

As Unidades e Sub-Unidades pertencentes à 3.ª Divisão, dispunham das suas dotações orgânicas de material americano, cuja logística (reabastecimento e manutenção de 3.º escalão) competia, como se disse, permanentemente ao BTm3.

Transmissões de Campanha no Ultramar. O material de transmissões existente no Ultramar era material inglês e neozelandês (ZC1).

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Acontecimentos e factos relevantes da década de 60 

[O Aprontamento]

Criação de Unidades de Engenharia no Ultramar. Em 1960 foram criados os Batalhões de Engenharia de Angola, Moçambique e Guiné, em cada um dos quais figurava uma Companhia de TSF. O seu comandante passou a acumular funções com a de Inspector de Engenharia e Transmissões que, do antecedente, já existia no QG onde chefiava igualmente o Serviço de Obras.

Envio do Destacamento do STM para Angola. Em Maio de 1960, o sub-Director do STM, o major Mário Pinto da Fonseca Leitão, organizou no BT o Destacamento do STM para Angola sob comando do Capitão Francisco José Pinto Correia, com todo o pessoal e material previamente planeado para montar as estações de rádio que correspondiam à primeira fase de instalação do plano do Major Costa Paiva; as estações de Luanda, Malange, Nova Lisboa, Luso, Carmona, Tôto, Santo António do Zaire, Cabinda, Dinge e Chiaca.

Este Destacamento, extraordinariamente bem concebido e estruturado sob a orientação do major Mário Leitão, partiu do UÍGE em conjunto com as primeiras forças de reforço que partiram para Angola, e que foram as primeiras quatro Companhias de Caçadores Especiais constituídas no País. O Destacamento do STM foi integrar-se no Batalhão de Engenharia constituindo a sua Companhia TSF.

O STM de Angola iniciou de pronto a instalação do seu sistema à base de equipamentos RCA, Marconi e Standard de 75 e 300 Watt, mas também incluiu a ligação à Metrópole, com um canal de serviço para a sua sede do STM no BT. Em breve, porém, esse canal de serviço, se transformou em ligação privilegiada para o normal encaminhamento do tráfego do Exército de Luanda para Lisboa.

Terminada a montagem da 1.ª fase para a qual fora previsto o seu material, o Capitão Pinto Correia tendo recebido na Companhia TSF, 160 AN/GRC-9, que haviam sido adquiridos pela Província como contrapartida de uma venda internacional de café, decidiu, dentro das suas possibilidades em pessoal, montar mais algumas estações com base nesses rádios e reforçar, as centrais existentes com material desse como equipamentos de emergência.

Em 1963 são conhecidas ligações radiotelefónicas e radiotelegráficas com Lisboa e, em 1964 é instalada em Luanda a rede telefónica automática do Comando-Chefe com os comandos subordinados.

Início das operações anti-subversão. Em 15 de Março de 1961 eclodiu no Norte de Angola, o levantamento armado da UPA (União dos Povos de Angola) na sequência do levantamento de Fevereiro em Luanda de um movimento armado do MPLA (Movimento Popular para a Libertação de Angola) que atacou o quartel da Polícia Móvel e a prisão de São Paulo.

Face a esses levantamentos iniciou-se a mobilização das Unidades de reforço que começaram a embarcar para Angola a meados de Abril, com um Comando de Sector e dois Batalhões de Caçadores, para, praticamente de 15 em 15 dias, e por vezes menos, desembarcar em Luanda um navio carregado de tropa, normalmente composta por dois Batalhões de Caçadores e Companhias de Cavalaria, Artilharia ou de Engenharia, tendo até Novembro chegado, ainda 2 Batalhões de Cavalaria.

Montagem dos sistemas de Transmissões em Angola para satisfazer às necessidades dos dispositivos a instalar. A chegada das Unidades, apenas com o seu armamento individual e algum material pesado, incluindo viaturas, mas sem material de transmissões, constituiu um problema difícil de resolver, tendo valido, para as primeiras necessidades, os 160 AN/GRC-9 existentes em Angola.

A chegada de Unidades em catadupas e o seu envio para ocupar dispositivos distantes e sem o apoio, durante o percurso, por guarnições que não existiam ainda, sujeitas a emboscadas montadas e claramente preparadas, por quebras de segredo sobre os deslocamentos das colunas, nos postos administrativos do percurso, aos quais as colunas recorriam para, pelas suas redes rádio administrativas, equipadas com ZC-1, fazerem chegar a Luanda dados, necessidades e dificuldades, forçaram a que se montasse um sistema de socorro por forma a tentar apoiá-las com a participação do sistema já existente do STM.

Já que se não podiam abrir as redes do STM ao tráfego dessas Unidades em movimento, procurou-se que as estações já instaladas do STM, à custa dos AN/GRC-9 de reserva e para emergência que lá tinham sido alocados, passassem a fazer escutas, umas às horas certas, outras às meias horas, em frequências e com indicativos de chamada previamente fixados, uma e um, por cada estação à escuta, para, após a devida autenticação, assim poderem encaminhar, pelo sistema do STM, o tráfego e os pedidos de socorro e emergências, durante os deslocamentos.

Às Unidades em deslocamento era fornecido um pequeno mapa com a localização das estações do STM e, para cada uma, o horário das escutas, a frequência em que a fariam e o indicativo de chamada.

À custa dos AN/GRC-9 sobrantes, dos 160 inicialmente disponíveis, procurou-se fazer dotações muito reduzidas às Unidades, solicitando-se para a Metrópole o envio urgente de mais material, o qual foi chegando em quantidades reduzidas.

Entretanto na Metrópole procurava-se afanosamente encontrar material para encaminhar para Angola, tendo já sido recebido muito material NATO e até material inglês, tal com P-21, P-19 e ZC-1.

De seguida, foi destacado do Batalhão de Engenharia um oficial do QG, a fim de tomar conhecimento das Unidades chegads, sua dotação em equipamentos, sua missão e dispositivo em que se iriam inserir. Face a tais elementos estudava as redes que iria instalar, atribuindo-lhe logo as respectivas frequências e indicativos e determinava as necessidades em material para se lhe prover, dentro da medida do possível.

Montagem de uma oficina de base no Depósito Geral de Material de Transmissões. Logo que se iniciaram os envios de tropas para o Ultramar, foi entendido que, em Lisboa, haveria que criar uma oficina de base para avaliar da operacionalidade do material a distribuir e servir de último escalão para recuperação do material incapacitado.

A montagem dessa oficina foi do encargo e orientação do major Mário Leitão e ficou instalada no DGMT em Linda-a-Velha, que, ao tempo, apenas tinha a valência de receber, armazenar, distribuir, abater e controlar as existências e cargas do material de Transmissões do Exército.

Criação do Comando das Transmissões de Angola e do Batalhão de Transmissões 361. Em Novembro desse ano [1961] chegou um oficial superior, major Guilherme Castro Neves, para comandar as Transmissões, mais um Pelotão de Manutenção e Reabastecimento de Transmissões (PelManReab) e algum pessoal administrativo.                              

Com a Companhia TSF do Batalhão de Engenharia, mais o PelManReab e os outros elementos recém chegados, constituiu-se [em 1962] o Batalhão de Transmissões n.º 361 que se instalou na parte posterior do Batalhão de Engenharia, aproveitando-se daquele batalhão uma parte de um edifício para instalar o PelManReab, ocupando a metade posterior de dois edifícios de casernas do Depósito de Material de Guerra de Angola e apenas construindo dois edifícios, sendo um deles pré-fabricado de alumínio para o Comandante e outro, com cobertura em estrutura metálica, para refeitório cozinha e sala do soldado.

Este Batalhão, passou a constituir uma Unidade de Guarnição comandada pelo major Guilherme Castro Neves, que desempenhava no QG as funções de Comandante das Transmissões da Região Militar de Angola, mantinha-se permanentemente no Comando das Transmissões e delegava, para a conduta corrente da Unidade, no seu segundo-Comandante, Capitão Pereira Pinto.

O Btm361, além de integrar o Destacamento do STM, passou a dispor de pessoal com que guarnecia equipas a destacar para satisfação de necessidades operacionais e, como Unidade de guarnição da Província, realizava escola de recrutas de radiotelegrafistas, de pessoal de TPF e de Centro de Mensagens.

Evolução da ligação interterritorial pelo Serviço de Telecomunicações Militar. Apesar de estar determinado que as ligações interterritoriais seriam da exclusiva competência da Armada para o que haviam sido construídas, nas capitais dos respectivos territórios, excelentes estações radionavais que haviam sido comparticipadas pelo orçamento do Exército e, muito provavelmente, continuavam a ser comparticipadas nos seus custos de funcionamento, a verdade é que, talvez porque a situação que se vivia era grave e dizia quase exclusivamente respeito ao Exército e a entrega do seu tráfego, todo de alta prioridade, poderia ocasionar burocracias indesejáveis, o sub-Director do STM, major Mário Leitão, desenvolveu enorme actividade para a valorização da ligação interterritorial pelo STM.

Assim, para melhorar as condições de emissão, mudou para a Ajuda, no mês de Junho de 1961, como solução de emergência, o emissor ultramarino. Porém logo em Outubro do mesmo ano o transferiu para terreno militar da Encarnação, anexo ao Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos.

Por outro lado, para garantir uma ligação em duplex, permitindo a utilização de um canal de voz em radiotelefone, a recepção foi transferida para os terrenos militares de Alcochete anexos ao Campo de Tiro, em Abril de 1962.

Ficaram assim o Centro Emissor na Encarnação (CEU) e o Centro Receptor em Alcochete, sendo os seus sinais ligados ao BT, no seu Centro Nacional de Transmissões (CNT), através de cabo enterrado, no caso do Centro Emissor, CEU, e por feixes hertzianos no Centro Receptor. Com esta montagem não só se permitia a fonia, mas também o radioteleimpressor ambos em duplex.

Ao longo do ano de 1962 foram melhorando as instalações, quer as técnicas, quer as de apoio e, em 1963, já foi possível instalar um serviço de radiotelefone, não apenas para as ligações de altos responsáveis militares, mas até para as famílias dos militares que o solicitavam e marcavam data e hora do contacto.

Destacamentos do STM para Moçambique e Guiné. Em 1961 foi preparado, como fora o destinado a Angola, o Destacamento do STM para Moçambique, que foi comandado pelo Capitão Manuel Adelino Pires Afonso o qual procedeu à montagem das suas redes já estudadas em Lisboa e da Estação de Lourenço Marques com centro receptor e centro emissor.

Em 1962 igualmente foi preparado e enviado o Destacamento do STM para a Guiné sob o comando do Capitão Amadeu Garcia dos Santos que, da mesma forma, instalou as estações previstas no estudo do Major Costa Paiva.

Logo que instalado em Bissau, o Destacamento estabeleceu uma rede rádio ligando o Comando Militar aos seus Sectores subordinados mais às ilhas de S. Vicente e do Sal e a rede telefónica de Bissau. Em 1963 instala uma rede de feixes hertzianos ligando Bissau aos comandos subordinados

Qualquer destes Destacamentos, tal como sucedera já com o de Angola, foram preparados com o maior cuidado e pormenor no BT pelo Major Mário Leitão, ao tempo sub Director do STM.

Todos estes Destacamentos do STM, mais o que posteriormente será enviado para Timor sob comando do Capitão Freitas Lopes, desempenharam, nas Províncias para onde foram enviados, como que as organizações pioneiras de Transmissões do Comando e, na maioria dos casos, como o terá sido o caso de Moçambique, durante algum tempo, e nos da Guiné e de Timor, constitui mesmo a base autónoma das Transmissões ao serviço dos respectivos comandos militares, apenas com o reforço de um Destacamento de Manutenção e Reabastecimento sob a direcção dos Comandos de Transmissões.

Documento sobre as Transmissões para a Guerra Subversiva. Como resultado da experiência vivida no início da guerra de Angola, e principalmente por esta ter sido original, não havendo qualquer experiência anterior sobre este tipo de conflito, o Capitão Pereira Pinto escreveu em 1963 uns apontamentos policopiados, que designou por “Contribuição para o Estudo das Transmissões para a Guerra Subversiva” que foram entregues na Direcção da Arma de Transmissões para a sua apreciação e eventual difusão.

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[A Evolução]

Procura de equipamentos adequados para este tipo de guerra. Logo que se iniciaram as operações e as Unidades foram sendo deslocadas para os seus dispositivos, se verificou que dos equipamentos transportados pelas tropas, ou enviado do Depósito Geral de Material de Transmissões, os únicos equipamentos que satisfaziam o emprego de tropas apeadas e em nomadização eram o AN/GRC-9, pela sua qualidade, potência e pela sua versatilidade de instalação, alimentação e transporte, mas tinha muito peso e não era operável a dorso, mas tinha muito pequeno alcance e com linha de vista.

Assim, solicitou-se à Direcção da Arma que fosse encontrado um equipamento operável a dorso e sem as limitações do PRC-10 e ainda um amplificador de potência para ligações em instalação fixa entre postos de Comando mais afastados. Os amplificadores, que elevavam a potência para 50 Watt foram obtidos e fornecidos. Difícil era encontrar equipamentos para operações apeadas e operados a dorso.

Em consequência foi nomeada uma equipa técnica, constituída pelos tenente-coronéis Costa Paiva, na altura a chefiar a Repartição de Material da Direcção da Arma de Transmissões e Spencer Vieira da Academia Militar, os quais percorreram o mercado e indústria europeia, tendo apenas encontrado um desenvolvimento, já na fase de teste de protótipo no Reino Unido, na firma British Communication Corportaion (BCC), cujas características condiziam com o que desejávamos.

Entretanto, porque tal equipamento não iria estar prontamente disponível, pois haveria ainda muitos testes e produção de pré-séries, a BCC propôs que se adquirisse um número limitado de equipamentos HF-156, desenvolvido e utilizado pelos ingleses em ambiente semelhante, na guerra subversiva do Quénia, conhecida pela Guerra dos Mau-Mau.

Este equipamento, muito pesado, mas operável a dorso, criava, todavia, um desequilíbrio considerável ao transportador, além de que, quando houvesse que saltar da viatura, a queda com ele às costas criar-lhe-ia problemas sérios. Tinha ainda um defeito nas baterias de chumbo, pois vertiam electrólito, pondo em perigo a sua operacionalidade. Fez-se a distribuição e foram sendo utilizados com as limitações indicadas.

Entretanto, tendo sido feitos os testes de uma pré-série já muito avançada, com bons resultados, a equipa de técnicos foi de opinião que fosse adquirida a licença de fabrico em Portugal pela Standard Eléctrica, para haver garantia de que tal fabrico poderia ser acompanhado e, além disso, a fábrica estaria em Portugal para acompanhamento do seu comportamento e introdução de correcções e de ajustamentos.

Assim foi decidido e, então, foi solicitado à Standard Eléctrica que produzisse o equipamento tal como o do protótipo testado, ao qual foi dada a designação CHP-1 e teria uma potência de 2 Watt e, ainda, procurasse fazer uma amplificação de potência para 20 Watt, passível ainda de ser transportado e operável a dorso, ao qual se atribuiu a designação DHS-1.

Infelizmente estes equipamentos em que se tinham depositado tantas esperanças, vieram a revelar-se como um fracasso, mais pelo DHS-1 do que pelo CHP-1, apresentando, tal como o HF-156, a mesma falta de estanquicidade do electrólito.

Apesar destes defeitos, em 1970 em Moçambique foi com este material, alimentado em emergência por séries-paralelo de pilhas de 1,5 Volt, que se dotaram as sub-unidades da operação NÓ GORDIO, que foi a maior operação realizada em África pelo Exército Português, por ainda não terem chegado a Moçambique os Racal TR-28 que vieram a resolver o problema das características desejáveis para equipamentos operados a dorso. E não se registaram problemas de falta de ligação.

Entretanto, ao longo da década, o Exército foi adquirindo e dotou as suas unidades do Ultramar, com material de ligação terra-ar THC 736, posteriormente substituído por um equipamento idêntico construído também sob licença pela Standard Eléctrica, e que saiu muito bom, o AVP-1.

Adquiriu ainda equipamentos de 100 Watt, RF-301, Marconi H-4000, e também o RACAL TR-15L, IRET PRC-236 para montagem veiculares, etc.

Evolução das Transmissões em Angola. O comandante das transmissões e do Batalhão, que era o Major Castro Neves foi rendido pelo Tenente-Coronel Sales Grade que, por seu turno, foi substituído pelo Tenente-Coronel Mário Pinto da Fonseca Leitão (em1966], o qual desenvolveu intensa actividade para melhorar, quer as instalações do Batalhão quer as ligações, tendo até lançado várias ligações do STM por feixes hertzianos monovia a partir de Luanda.O Tenente-Coronel Mário Leitão foi rendido pelo Tenente-Coronel Ávila de Melo que, por sua vez, o foi pelo Ten.Coronel Reinas, que viria, depois de 1970, a ser substituído pelo Tenente-Coronel Sanches da Gama para finalmente ser rendido pelo Coronel Pires Afonso, pois, o Batalhão de Transmissões 361, que fora criado em 1962, transformara-se entretanto no Agrupamento de Transmissões n.º 1.

Evolução das Transmissões em Moçambique. Enquanto em Angola, logo desde 1961, foi criado um Batalhão de Transmissões, em Moçambique, manteve-se como uma Companhia TSF do Batalhão de Engenharia sediado em Lourenço Marques.

Assim, o Capitão Pires Afonso foi rendido pelo Capitão Oliveira Simões, que viria a ser rendido pelo Capitão Pinto de Abreu que viria a ser, por sua vez, rendido, pelo Capitão Mateus da Silva.

Desde 1966 foi criado um Comando de Transmissões para o que foi nomeado o Tenente­- Coronel Aranda que foi transferido para a sede do Comando da Região Militar em Nampula, levando como adjunto o Major Sacadura Botte Corte Real e o Capitão Ferreira Correia.

Em 1968 foi nomeado o Tenente-Coronel Ivan Serra e Costa como Comandante das Transmissões, tendo como adjunto o Major Francisco Pinto Correia e, o mesmo Comandante das Transmissões, acumularia funções com a de comandante de um Batalhão de Transmissões a organizar em Lourenço Marques a ser transferido para Nampula logo que lá completado o aquartelamento.

Para organizar o Batalhão, que seria designado por Batalhão de Transmissões n.º 2, foi mobilizado o Major Pereira Pinto, que efectivamente organizou o Batalhão à custa dos elementos presentes, nomeadamente os do Destacamento do STM, elementos destacados, e instalou-o em dependências do Batalhão de Engenharia de Lourenço Marques.

Para além das escolas de recrutas das especialidades de Transmissões da Província e das instruções de preparação operacional ao pessoal de transmissões das Unidades de qualquer Arma, que fizessem escala em Lourenço Marques, os quais iriam juntar-se às suas Unidades por transporte aéreo, o BTm2 desempenhava uma missão de apoio logístico de rectaguarda.

Por tal facto, em 1969, o 2.º comandante – no exercício efectivo de comando – foi recolhendo elementos de informação logística quer dos que corriam na cadeia logística de Transmissões de que o BTm2 fazia parte, quer pelo contacto que mantinha com os elementos das comissões liquidatárias de todas as Unidades e Comandos que permaneciam em Lourenço Marques largos meses depois das suas unidades terem regressado à Metrópole, reuniu num caderno de apontamentos tais elementos e formulou as suas propostas relativamente ao caso das Transmissões, designando-o por ”Contribuição para o Estudo da Logística das Transmissões para a Região Militar de Moçambique” que encaminhou para o Comando das Transmissões.

O Tenente-Coronel Ivan Serra e Costa foi rendido em Maio de 1970 pelo Tenente-Coronel João do Rio Carvalho Frazão no Comando das Transmissões, tendo o Major Garrido Batista como adjunto e o Major Francisco Oliveira Simões como Comando do BTm2 que, na altura, se encontrava em transferência para Nampula.

Evolução das Transmissões na Guiné. Na Guiné, para além do Destacamento do STM para lá enviado em 1962, só foi para lá mobilizado, para se integrar no Comando Militar, o Capitão Marques Esgalhado em 1963 e também um Destacamento de Manutenção e Reabastecimento sob a sua directa orientação. Todavia, o Destacamento do STM que tinha ainda responsabilidade das ligações a Cabo Verde e entre o arquipélago, não estava na dependência do Comando das Transmissões.

O Capitão Esgalhado foi substituído pelo Major Sanches da Gama e este pelo Major Pires Afonso. Entretanto foi enviada para a Guiné uma Companhia Independente de Transmissões sob o Comando do Capitão Góis Ferreira e, só depois, à custa da reunião desses diferentes órgãos e unidades viria a ser criado, depois de 1970, o Agrupamento de Transmissões da Guiné, que veio a ser comandado pelo Major Oliveira Pinto e pelo Major Mateus da Silva.

A Guiné com a maior parte do território plano e as suas distâncias entre Unidades muito pequenas em linha recta, foi o local ideal para que os equipamentos de FM, os de baixa potência de AM e os feixes hertzianos pudessem ser empregues com êxito.

Assim foi possível fazer redes radiotelefónicas na Província, com uma antena muito elevada em Bissau, o que até permitia que, de um PRC-10 ou de um IRET montado num jipe no meio do mato e junto à Bolama, se falasse para a família na sua casa na Metrópole.

Poder-se-á, pois, dizer que na Guiné não surgiram dificuldades de transmissões comparáveis aos dos outros dois teatros de operações, mas terá sido aquele que mais prontamente foi dotado com material mais moderno e onde prontamente se substituíram os equipamentos que menos bem satisfaziam, indo tais equipamentos para Moçambique, como foi o caso dos CHP-1 e DHS.

Actividades das Transmissões na Metrópole. Regressado de uma comissão como comandante de Sector em Angola, foi colocado na Direcção da Arma de Transmissões, como inspector, o Brigadeiro Henrique Santos Paiva que, desde tenente de Engenharia estivera afastado das Transmissões.

Actuou como Inspector aos Centros de Instrução de Transmissões, da Engenharia e das outras Armas e, em 1965, rendeu o então General Sá Viana Rebelo que foi colocado como Vice-Chefe do EME.

O Brigadeiro Santos Paiva passou a desenvolver uma intensíssima actividade para dar corpo à Arma, nomeando equipas para estudar as orgânicas de cada Unidade que iriam constituir a Arma, a fim de, face às necessidades orgânicas, deduzir os quadros de efectivos a prever.

Pela primeira vez no Exército, se considerou que os oficiais oriundos de sargento deveriam continuar integrados na Arma constituindo um quadro técnico próprio. Assim, os oficiais oriundos de sargentos das especialidades ligadas à exploração dos meios, constituem o quadro de Exploração, deixando, pois, como do antecedente (e continuou a ser na Engenharia), de passarem a pertencer ao Quadro dos Serviços Gerais do Exército.

Por outro lado, fez a luta, e conseguiu vencê-la, de recuperar para as Transmissões, os mecânicos radiomontadores e, bem assim, os oficiais oriundos dessa especialidade que estavam no Serviço de Material. Estes, com os mecânicos de material Telefónico e de Teleimpressor, passariam a constituir o Quadro de Manutenção da Arma de Transmissões.

Em Junho de 1965 criou o Depósito Geral do Material de Transmissões, (DL 46.374, 1965) com missões reajustadas e na dependência da Direcção da Arma de Transmissões, colocando lá, pela 1.ª vez, oficiais do quadro de engenheiros, quer no comando, quer nas suas divisões internas.

Criou o Regimento de Transmissões no Porto (OE 3, 1965) em substituição da anterior Regimento de Engenharia 2 no qual apenas havia organicamente um Batalhão de Transmissões, e nele integrou o BTm3, que continuava em Tancos, no Casal do Pote (OE 7, 1966) (3).

Conduziu com a CHERET um debate para clarificação das suas missões pois elas colidiam com as missões primárias da Arma de Transmissões no seu específico combate da Guerra Electrónica (GE) (AHM, 1/397/3/7, s.d.)

Actividades de Guerra Electrónica. Dentro desta linha, e para lançar mais fortemente as actividades de Guerra Electrónica (GE), a Direcção da Arma mandou a Anzio, Itália, para tirar um curso de GE, o Capitão Amadeu Garcia dos Santos, colocado no BT, já esta Unidade com funções de Escola Prática.

Posteriormente enviou o mesmo Capitão Garcia dos Santos estagiar numa unidade de GE belga, a 44.ª Companhia, estágio em que se integrava um exercício de 8 dias na Alemanha.

No regresso o capitão Garcia dos Santos propôs, e foi criado no BT, um Centro de Instrução de GE (CIGE), onde, com o auxílio de um excelente oficial miliciano lá existente, o Tenente Inácio, se promoveram cursos de preparação de oficiais, sargentos e praças para guarnecerem uma Unidade de GE, que efectivamente se veio a constituir como um Destacamento de escalão Companhia, sob o seu comando.

Também foram produzidos textos de grande qualidade para apoio da instrução.

Entretanto, o Capitão Garcia dos Santos foi propondo a aquisição de viaturas, materiais de instalação como grupos geradores, receptores e radiogoniómetros, os quais lhe foram obtidos e passou a utilizar os AN/GRC-38 de 500Watt, lá existentes por fazerem parte das ligações do Corpo de Exército em manobras com a 3.ª Divisão, como empasteladores.

Passado pouco tempo foi realizado um exercício luso-espanhol de Postos de Comando (CPX), designado por EXERCÍCIO SALADO, onde o Destacamento de GE interveio com assinalável êxito.

Em 1967, o Brigadeiro Santos Paiva foi promovido a General e foi colocado como representante militar português na NATO, tendo sido substituído, na DATm pelo Brigadeiro Câncio Martins.

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